A pouco mais de sete meses das próximas eleições legislativas, o Partido Trabalhista, do primeiro-ministro Jonas Gahr Støre, continuará a governar sozinho, uma vez que o sistema norueguês não permite a dissolução do Parlamento para convocar eleições antecipadas.
Porém, o Governo de centro-esquerda estará ainda mais minoritário no Parlamento.
Defendendo "um maior controlo nacional" face a um mercado europeu da eletricidade "disfuncional", o Centro, uma pequena formação eurocética centrada na defesa dos interesses rurais, rejeita a aplicação de três diretivas do quarto pacote energético europeu.
"Não devemos dar mais poder ao sistema da União Europeia (UE)", defendeu o líder do partido, Trygve Slagsvold Vedum, numa conferência de imprensa realizada hoje e ao abandonar o cargo de ministro das Finanças.
A Noruega não é membro da UE, mas tem acesso ao seu mercado interno através da sua adesão ao Espaço Económico Europeu (EEE), pelo que tem de aplicar numerosos textos europeus.
"Teria preferido um resultado diferente", admitiu Støre, ao comentar a saída dos seus aliados.
Os trabalhistas argumentam que as diretivas em questão são positivas para as empresas norueguesas e não têm impacto nos preços da eletricidade, nem implicam qualquer transferência de soberania.
Støre argumentou que a aplicação das diretivas contribuiria para facilitar as relações com Bruxelas, numa altura em que os Estados Unidos e os 27 podem enfrentar-se numa guerra comercial.
A Noruega, que exporta quase 70% dos seus produtos para a UE, teme que as suas empresas sejam penalizadas pela eventual introdução de direitos aduaneiros europeus.
Parte do pacote "Energia Limpa para Todos os Europeus", as três diretivas em causa abrangem as energias renováveis, a eficiência energética em geral e, mais especificamente, os edifícios.
A transposição das outras cinco diretivas e regulamentos incluídos no pacote, consideradas mais problemáticas, "não é atual", garantiu Støre.
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