O 'Bayern', navio militar de 139 metros de comprimento, zarpou com mais de 200 militares a bordo do porto de Wilhelmshaven para uma missão de seis meses que visa reforçar a presença alemã na região, ao lado dos seus aliados, nomeadamente norte-americanos.
O primeiro destino é o porto de Singapura, seguindo, depois, para o Japão e Coreia do Sul, atracando na Austrália.
A fragata tem previsto atravessar o mar do Sul da China, "rota chave" do comércio marítimo mundial e zona rica em recursos naturais, que Pequim reclama na sua quase totalidade.
Vários países vizinhos, como as Filipinas, Malásia, Brunei e ainda o Vietname, com o apoio dos Estados Unidos, têm contestado as reivindicações chinesas,
A missão alemã deve contribuir para a estabilidade na região e para o respeito pelo Direito Internacional, explicou a ministra da Defesa da Alemanha, Annegret Kramp-Karrenbauer, antes da partida da fragata.
"Porque a segurança no Indo-Pacífico é também a nossa segurança", defendeu, descrevendo a missão "como um passo grande e positivo".
"Queremos assumir a nossa responsabilidade na organização do direito internacional" na região, disse, por seu lado, o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas.
Na semana passada, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, afirmou em Singapura que as crescentes reivindicações de Pequim no mar do Sul da China são "infundadas no Direito Internacional".
A Alemanha, geralmente relutante em se envolver militarmente em todo o mundo, tem normalmente defendido relações menos conflituosas com a China, algo que parece ter mudado de tom.
Em março passado, a União Europeia (UE) impôs uma série de sanções específicas contra a China por violações dos direitos humanos relativos à minoria uigur muçulmana.
Pequim respondeu sancionando personalidades europeias.
A polémica está a pôr em risco a ratificação do acordo sino-europeu de investimentos assinado no final de 2020.
As relações entre a Alemanha, a maior economia da Europa, com a China são particularmente complicadas pelos estreitos laços industriais entre os dois Estados.
A gigante automobilística alemã Volkswagen tem uma fábrica na província de Xinjiang, onde estudos ocidentais e norte-americanos relatam o internamento em massa de uigures e o recorrer ao trabalho forçado, com Pequim a negar veementemente as acusações.
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