Esta quarta-feira, o governador de São Paulo, João Doria, indicou que o Ministério da Saúde entregou ao estado apenas metade das vacinas da Pfizer/BioNTech previstas no lote mais recente, revela o G1.
De acordo com o governo de São Paulo, chegaram 228 mil doses de vacinas da Pfizer/BioNTech, quando era suposto o estado ter recebido 456 mil. Esta situação põe em causa o calendário de vacinação já anunciado em São Paulo, particularmente a imunização dos jovens.
“A última remessa da Pfizer, a quantidade foi reduzida a metade sem nenhuma justificação. A decisão, que como governador classifico como arbitrária, representa a quebra do pacto federativo. E o governo federal decidiu punir quem fez o certo e quem foi eficiente na vacinação”, acusou João Doria.
O secretário de saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, já comunicou ao Ministério da Saúde que quer que as outras 228 mil doses sejam entregues no espaço de 24 horas.
“O plano nacional de imunização é seguido de uma forma ética e planeado pelo governo do estado de São Paulo. O estado não deveria ter sido surpreendido por uma medida tão descabida. São 230 mil pessoas que vão deixar de ser imunizadas”, lamentou Gorinchteyn.
Apesar desta situação, João Doria garantiu que São Paulo vai entregar ao governo de Jair Bolsonaro as vacinas Coronavac previstas no contrato estabelecido.
“Quero informar o ministro Marcelo Queiroga que não vamos retaliar contra o seu ministério. Hoje entregamos dois milhões de doses da vacina do [Instituto] Butantan ao Ministério da Saúde para a vacinação de dois milhões de brasileiros. Continuaremos a entregar a vacina do Butantan dentro dos prazos previstos”, frisou o governador de São Paulo.
São Paulo é o estado mais populoso do Brasil e tem sido o mais afetado pela pandemia, contabilizando quatro milhões de casos positivos de Covid-19 e mais de 139 mil mortes causadas pela doença. O estado tem sido particularmente eficiente no que toca à vacinação.
Com uma postura oposta à de Bolsonaro no que diz respeito à pandemia, João Doria impôs medidas para combater a disseminação do coronavírus, o que de resto o colocou diversas vezes em rota de colisão com o presidente brasileiro, que, como é sabido, é contra as medidas de proteção sanitária.
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