EUA admitem que as suas restrições de viagem não são "coerentes"

A Casa Branca admitiu hoje que as restrições de entrada nos Estados Unidos impostas a vários países devido à pandemia de covid-19 não são "coerentes" e assegurou estar a trabalhar num novo sistema mais apropriado à situação epidemiológica global.

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Lusa
05/08/2021 20:49 ‧ 05/08/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

Nos últimos meses, aumentaram as críticas ao Governo norte-americano por vetar a entrada de viajantes procedentes do espaço Schengen da União Europeia (UE), mas não de outros continentes ou países com taxas de infeção por coronavírus SARS-CoV-2 mais elevadas.

A Casa Branca insistiu que não levantará, por enquanto, as suas restrições de viagem, devido à propagação à escala global da variante Delta do coronavírus, mais contagiosa, mas os seus argumentos para manter o veto à entrada de viajantes da Europa perderam alguma força agora que a UE ultrapassou os Estados Unidos em número de pessoas vacinadas.

"Há muita confusão agora sobre quais são as restrições, e todos vocês fizeram boas perguntas sobre isso, porque parece [um sistema] incoerente, e é", reconheceu a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, na sua conferência de imprensa diária.

As restrições de viagem foram impostas no início da pandemia pelo Governo do Presidente Donald Trump (2017-2021), e Biden manteve-as, com algumas alterações.

Atualmente, a proibição de entrada nos Estados Unidos afeta, além dos países pertencentes ao espaço Schengen, o Brasil, a China, a Índia, o Irão, a África do Sul, o Reino Unido e a Irlanda.

Psaki assegurou que a Casa Branca está concentrada em "desenvolver um plano para uma política de viagens internacionais que seja coerente e seguro", com "o objetivo de dar passos que permitam" levantar essas proibições "no momento que for apropriado".

A porta-voz acrescentou que o Governo de Biden "está a avaliar seriamente" a possibilidade de exigir aos viajantes estrangeiros que entrem no seu território um comprovativo de que estão totalmente vacinados contra a covid-19.

Uma fonte da Casa Branca disse na quarta-feira, citada pela agência espanhola Efe, que já se tinha decidido tomar essa medida, mas as autoridades sanitárias norte-americanas afirmaram hoje que ainda não há uma decisão definitiva sobre essa matéria.

"É uma das vias que estão a ser estudadas e avaliadas, mas há alternativas que também foram contempladas", indicou o coordenador da resposta da Casa Branca à pandemia, Jeff Zients, numa conferência de imprensa.

Os casos de covid-19 e as hospitalizações dispararam nos últimos dias nos Estados Unidos devido à propagação da variante Delta e à estagnação da vacinação, com um aumento de 43% do número de casos em relação à semana passada, segundo os mais recentes dados oficiais hoje divulgados.

A pandemia de covid-19 fez pelo menos 4.247.424 mortos em todo o mundo, entre mais de 200,1 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o mais recente balanço da agência noticiosa francesa AFP com base em dados oficiais.

Em Portugal, morreram desde o início da pandemia, em março de 2020, 17.422 pessoas e foram registados 979.987 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.

 

Leia Também: Fauci teme variante pior do que a Delta. EUA podem "estar em apuros"

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