O chefe de Estado será ouvido novamente pelo juiz Raymond Zondo sobre "corrupção e captura do Estado", na quarta e quinta-feira, na qualidade de Presidente e ex-vice-presidente da República da África do Sul, respetivamente, refere o comunicado divulgado na página oficial de Internet.
De acordo com a Presidência da República sul-africana, a comissão judicial de investigação indicou que "a primeira parte do depoimento do Presidente Ramaphosa abordará assuntos que ficaram pendentes após o seu comparecimento em nome do Congresso Nacional Africano em 28 e 29 de abril de 2021".
"Posteriormente, a comissão tratará dos assuntos relativos aos seus cargos no Estado", adianta a nota.
Ramaphosa assumiu, em 2018, o compromisso de prestar à comissão "todas as informações e assistência que esta possa solicitar no cumprimento do seu mandato", salienta-se.
Na sua primeira comparência na comissão judicial de investigação 'Zondo', em abril, Ramaphosa declarou que a "captura do Estado" pela grande corrupção "dividiu" o Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), o partido no poder na África do Sul desde 1994.
O chefe de Estado, que é também presidente do ANC, salientou que o partido no poder demorou seis anos para admitir a existência do fenómeno da captura do Estado pela corrupção, incluindo a falência das empresas estatais.
"O partido só tomou formalmente a decisão de apoiar a investigação [judicial] à captura do Estado na sua conferência eletiva de 2017, seis anos depois de as alegações se tornarem públicas", precisou Ramaphosa.
O ex-presidente Jacob Zuma, que cumpre uma pena de prisão de 15 meses desde 08 de julho, liderou o país entre 2009 e 2018, tendo sido afastado pelo seu partido, o ANC, antes de terminar o mandato depois de múltiplos escândalos relacionados com corrupção, desde quando era vice-presidente da República.
O ex-chefe de Estado foi substituído no cargo por Cyril Ramaphosa, que era vice-presidente de Zuma.
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