O Governo alemão tomou esta medida, até novo aviso, "devido ao desenvolvimento da situação de segurança" no Afeganistão, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Steve Alter, na rede social Twitter, citado pela agência France-Presse.
O ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, tinha dito anteriormente que cerca de 30.000 afegãos deveriam abandonar a Alemanha.
Apesar da suspensão, o Ministério do Interior "continua a ser da opinião de que há pessoas na Alemanha que precisam de deixar o país, o mais rapidamente possível", disse Alter a jornalistas, segundo a Associated Press.
Nos Países Baixos, a secretária de Estado da Justiça e Segurança, Ankie Broekers-Knol, anunciou uma moratória sobre as deportações de migrantes afegãos pelos mesmos motivos.
"A moratória sobre decisões e partidas será aplicável durante seis meses e será aplicável aos estrangeiros de nacionalidade afegã", acrescentou Broekers-Knol numa carta ao Parlamento, citada pela AFP.
Juntamente com Áustria, Bélgica, Dinamarca e Grécia, a Alemanha e os Países Baixos tinham solicitado anteriormente à Comissão Europeia que mantivesse a possibilidade de deportar migrantes afegãos, apesar de um apelo de Cabul para que fosse suspensa.
"A suspensão dos regressos envia o sinal errado e é provável que motive ainda mais cidadãos afegãos a deixar a sua casa para a UE", escreveram os ministros dos seis países à Comissão Europeia.
A comissão confirmou na terça-feira que tinha recebido a carta e que responderia quando estivesse pronta.
Questionado se o Afeganistão era um lugar seguro para enviar pessoas à força, o porta-voz da comissão Adalbert Jahnz disse que "cabe a cada Estado-membro [da UE] fazer uma avaliação individual sobre se um regresso é possível".
Os talibãs lançaram uma grande ofensiva contra as forças afegãs no início de maio, após o anúncio da retirada final das forças internacionais do Afeganistão, que deve estar concluída no final deste mês.
Os insurgentes, que avançam a um ritmo vertiginoso, controlam agora nove capitais de província no Norte do país.
Em julho, o Governo de Cabul pediu aos países europeus para pararem de deportar migrantes afegãos durante os três meses seguintes.
A Suécia e a Finlândia respeitaram o apelo e pararam os reenvios.
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos pediu também à Áustria, na semana passada, o adiamento da expulsão de um afegão devido à deterioração das condições de segurança.
Em 2020, os afegãos representaram 10,6% dos requerentes de asilo na União Europeia (pouco mais de 44.000 dos cerca de 416.600 pedidos), o segundo maior contingente atrás dos sírios (15,2%), de acordo com a agência de estatísticas europeia Eurostat.
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