Alemanha e Países Baixos suspendem deportação de migrantes afegãos

A Alemanha e os Países Baixos anunciaram hoje a suspensão das deportações de migrantes afegãos devido à intensificação dos combates no Afeganistão entre talibãs e forças governamentais.

Notícia

© Reuters

Lusa
11/08/2021 14:04 ‧ 11/08/2021 por Lusa

Mundo

Afeganistão

 

O Governo alemão tomou esta medida, até novo aviso, "devido ao desenvolvimento da situação de segurança" no Afeganistão, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Steve Alter, na rede social Twitter, citado pela agência France-Presse.

O ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, tinha dito anteriormente que cerca de 30.000 afegãos deveriam abandonar a Alemanha.

Apesar da suspensão, o Ministério do Interior "continua a ser da opinião de que há pessoas na Alemanha que precisam de deixar o país, o mais rapidamente possível", disse Alter a jornalistas, segundo a Associated Press.

Nos Países Baixos, a secretária de Estado da Justiça e Segurança, Ankie Broekers-Knol, anunciou uma moratória sobre as deportações de migrantes afegãos pelos mesmos motivos.

"A moratória sobre decisões e partidas será aplicável durante seis meses e será aplicável aos estrangeiros de nacionalidade afegã", acrescentou Broekers-Knol numa carta ao Parlamento, citada pela AFP.

Juntamente com Áustria, Bélgica, Dinamarca e Grécia, a Alemanha e os Países Baixos tinham solicitado anteriormente à Comissão Europeia que mantivesse a possibilidade de deportar migrantes afegãos, apesar de um apelo de Cabul para que fosse suspensa.

"A suspensão dos regressos envia o sinal errado e é provável que motive ainda mais cidadãos afegãos a deixar a sua casa para a UE", escreveram os ministros dos seis países à Comissão Europeia.

A comissão confirmou na terça-feira que tinha recebido a carta e que responderia quando estivesse pronta.

Questionado se o Afeganistão era um lugar seguro para enviar pessoas à força, o porta-voz da comissão Adalbert Jahnz disse que "cabe a cada Estado-membro [da UE] fazer uma avaliação individual sobre se um regresso é possível".

Os talibãs lançaram uma grande ofensiva contra as forças afegãs no início de maio, após o anúncio da retirada final das forças internacionais do Afeganistão, que deve estar concluída no final deste mês.

Os insurgentes, que avançam a um ritmo vertiginoso, controlam agora nove capitais de província no Norte do país.

Em julho, o Governo de Cabul pediu aos países europeus para pararem de deportar migrantes afegãos durante os três meses seguintes.

A Suécia e a Finlândia respeitaram o apelo e pararam os reenvios.

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos pediu também à Áustria, na semana passada, o adiamento da expulsão de um afegão devido à deterioração das condições de segurança.

Em 2020, os afegãos representaram 10,6% dos requerentes de asilo na União Europeia (pouco mais de 44.000 dos cerca de 416.600 pedidos), o segundo maior contingente atrás dos sírios (15,2%), de acordo com a agência de estatísticas europeia Eurostat.

Leia Também: Afeganistão: Talibãs capturam oitava capital de província numa semana

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas