De acordo com vários órgãos de comunicação social locais, está prevista a construção de cerca de um milhar de fogos, distribuídos por cinco locais diferentes, na denominada Área C da Cisjordânia.
Organizações palestinianas e internacionais denunciam há alguns anos a impossibilidade da população da Área C -- que abrange cerca de 60% do território da Cisjordânia -- obter licenças de Israel para construir habitações.
O governo liderado por Naftali Benet prevê também que uma comissão autorize os planos para construir mais de duas mil casas em colonatos israelitas na Cisjordânia, naquela que será a primeira medida aprovada pelo executivo desde que assumiu o poder.
Segundo a EFE, uma comissão de Planeamento deverá reunir-se na próxima semana para validar a construção de 2.200 habitações em colonatos judaicos, uma medida polémica para os palestinianos.
A decisão do governo israelita de autorizar habitações palestinianas é interpretada como estratégia política perante os Estados Unidos (EUA) e a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), sabendo que esta última, que governa pequenas áreas da Cisjordânia, registou fortes tensões com o anterior executivo de Benjamin Netanyahu.
No entanto, a coligação governamental -- principalmente os partidos de centro e esquerda -- quer melhorar as relações com a ANP e fortalecê-las para a conseguir maior estabilidade regional, embora Naftali Benett e outros parceiros (de direita e pró-colonatos) não se tenham ainda manifestado publicamente.
A estratégia de Israel seguiria a mesma linha da Administração Biden, que pretende fortalecer o papel da ANP, o principal parceiro dos EUA na região e, por seu turno, enfraquecer o grupo que controla a Faixa de Gaza.
Ao contrário do seu antecessor, Donald Trump, abertamente pró-Israel, o novo presidente norte-americano, Joe Biden, tem procurado maior equilíbrio no conflito israelo-palestiniano, repudiando a expansão judaica em território palestiniano.
Desde a tomada de posse do Presidente democrata, Israel ainda não aprovou qualquer plano de ocupações, evitando criar crises com o governo norte-americano.
A Cisjordânia está sob ocupação militar israelita há quase 60 anos e os colonatos são considerados ilegais por grande parte da comunidade internacional.
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