Israel autoriza construção de mil habitações palestinianas na Cisjordânia

O ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, autorizou hoje a construção de cerca de mil habitações na Cisjordânia, território palestiniano sob ocupação israelita desde 1967, confirmou um porta-voz do gabinete ministerial.

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© Tal Shahar/Pool via REUTERS

Lusa
11/08/2021 23:06 ‧ 11/08/2021 por Lusa

Mundo

Israel

De acordo com vários órgãos de comunicação social locais, está prevista a construção de cerca de um milhar de fogos, distribuídos por cinco locais diferentes, na denominada Área C da Cisjordânia.

Organizações palestinianas e internacionais denunciam há alguns anos a impossibilidade da população da Área C -- que abrange cerca de 60% do território da Cisjordânia -- obter licenças de Israel para construir habitações.

O governo liderado por Naftali Benet prevê também que uma comissão autorize os planos para construir mais de duas mil casas em colonatos israelitas na Cisjordânia, naquela que será a primeira medida aprovada pelo executivo desde que assumiu o poder.

Segundo a EFE, uma comissão de Planeamento deverá reunir-se na próxima semana para validar a construção de 2.200 habitações em colonatos judaicos, uma medida polémica para os palestinianos.

A decisão do governo israelita de autorizar habitações palestinianas é interpretada como estratégia política perante os Estados Unidos (EUA) e a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), sabendo que esta última, que governa pequenas áreas da Cisjordânia, registou fortes tensões com o anterior executivo de Benjamin Netanyahu.

No entanto, a coligação governamental -- principalmente os partidos de centro e esquerda -- quer melhorar as relações com a ANP e fortalecê-las para a conseguir maior estabilidade regional, embora Naftali Benett e outros parceiros (de direita e pró-colonatos) não se tenham ainda manifestado publicamente.

A estratégia de Israel seguiria a mesma linha da Administração Biden, que pretende fortalecer o papel da ANP, o principal parceiro dos EUA na região e, por seu turno, enfraquecer o grupo que controla a Faixa de Gaza.

Ao contrário do seu antecessor, Donald Trump, abertamente pró-Israel, o novo presidente norte-americano, Joe Biden, tem procurado maior equilíbrio no conflito israelo-palestiniano, repudiando a expansão judaica em território palestiniano.

Desde a tomada de posse do Presidente democrata, Israel ainda não aprovou qualquer plano de ocupações, evitando criar crises com o governo norte-americano.

A Cisjordânia está sob ocupação militar israelita há quase 60 anos e os colonatos são considerados ilegais por grande parte da comunidade internacional.

Leia Também: "Hoje escolhemos o caminho da paz", diz MNE israelita em Rabat

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