Afeganistão: Pentágono diz que Cabul não enfrenta "ameaça iminente"
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse hoje que a capital do Afeganistão não enfrenta "uma ameaça iminente" apesar dos rápidos avanços dos talibãs em direção a Cabul.
© Reuters
Mundo Afeganistão
A cidade "não está atualmente num contexto de ameaça iminente", referiu o porta-voz do Pentágono, John Kirby, em conferência de imprensa.
O responsável pelo Departamento de Defesa reconheceu, no entanto, que os Talibãs estão a "tentar isolar Cabul".
O primeiro grupo dos 3.000 militares norte-americanos que o Pentágono decidiu enviar para o Afeganistão está em Cabul e a "maioria" das tropas deverá chegar até ao final do fim de semana, revelou hoje o Governo dos EUA.
"Os movimentos de tropas que anunciamos ontem [quinta-feira] estão a acontecer agora", revelou o porta-voz do Departamento de Defesa.
Os Estados Unidos estão prontos para evacuar da capital do Afeganistão por via área "milhares de pessoas por dia", acrescentou John Kirby.
Estes soldados têm como objetivo auxiliar a retirada da maior parte do pessoal da embaixada norte-americana em Cabul, perante o receio crescente que a capital afegã caia nas mãos dos talibãs nas próximas semanas.
Os talibãs conquistaram hoje Pul-e-Alam, a capital da província de Logar, situada a apenas 50 quilómetros a sul de Cabul, assim como Lashkar Gah, capital da província de Helman, Kandahar, a segunda cidade do Afeganistão e capital da província com o mesmo nome, Feroz Koh/Chaghcharan, capital de Ghor, e Tirin Kot, capital do Uruzgan.
A maior parte do norte, oeste e sul do país está agora sob o controlo dos rebeldes, que lançaram a esta grande ofensiva em maio com o início da retirada final das tropas norte-americanas e estrangeiras, a qual deverá estar concluída até 31 de agosto.
Inicialmente, conquistaram grandes áreas rurais sem encontrarem muita resistência. Nos últimos dias, a progressão das forças talibãs acelerou, com vários centros urbanos a cair nas mãos dos rebeldes, igualmente sem grande dificuldade.
Cerca de 250.000 pessoas foram deslocadas pelo conflito desde o final de maio -- 400.000 desde o início do ano -, 80% das quais são mulheres e crianças, segundo a ONU.
Muitos civis migraram nas últimas semanas para Cabul, que arrisca uma crise humanitária.
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