Maduro diz que derrotou Guaidó e sentou a oposição extremista a dialogar

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse hoje que "derrotou" o líder opositor Juan Guaidó e que, depois de "tanto esforço", conseguiu sentar "a oposição extremista" para uma nova ronda de negociações, que começou na sexta-feira, no México.

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Lusa
15/08/2021 19:25 ‧ 15/08/2021 por Lusa

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Venezuela

 

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"Nós conseguimos, no México. Homens e mulheres do nosso povo, nós conseguimos. Sentámos a oposição extremista numa mesa de paz. Nós conseguimos, depois de tanto esforço", disse.

Nicolás Maduro falava durante um encontro transmitido pela televisão estatal venezuelana, com os candidatos que foram eleitos nas recentes eleições primárias do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) para participar nas eleições estaduais e regionais de 21 de novembro.

O presidente da Venezuela destacou que a nova ronda de negociações teve lugar "na sexta-feira, 13 de agosto, dia em que a humanidade celebrou os 95 anos do [nascimento] do comandante invicto Fidel Castro Ruz, comandante-chefe da revolução cubana".

Maduro explicou que foram necessários "meses de conversações entre a oposição mais extrema da Venezuela e as autoridades legítimas da Venezuela" para preparar o memorando de entendimento que ambas representações assinaram sobre uma nova ronda de negociações.

"Já na Venezuela, em setembro de 2019, foi estabelecida uma mesa de diálogo com outros partidos, grupos políticos e líderes da oposição [...] teríamos que perguntar-nos, se existe uma mesa de diálogo na Venezuela, porque é que existe agora uma mesa de diálogo no México? Bem, porque as oposições estão sentadas com o governo e quando esta possibilidade se abriu, trabalhámos pacientemente sobre ela", disse o governante.

Maduro explicou que propôs "a todas as oposições" que se deslocassem ao México, mas "a autodenominada Plataforma Unitária recusou" que outros partidos, líderes políticos e parlamentares participassem e alguns opositores também "não queriam sentar-se" com os aliados de Juan Guaidó.

De qualquer forma, acrescentou, mesmo assim estão representadas duas correntes da oposição, o "guaidosismo" (de Juan Guaidó) e o "caprilismo" (do ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski).

Ressalvando que não pode dizer tudo o que pensa, para não acabar com as negociações, Nicolás Maduro acusou esse setor da oposição de ter feito uma "proposta enganadora" sobre um governo de transição e eleições livres".

"Onde está o slogan, Guaidó? Foste derrotado e, derrotado, sentámos-te no México para falar de paz, de reconciliação, de futuro. Derrotámos-te. O povo da Venezuela derrotou-te [...], estás acabado", disse Nicolás Maduro.

O Presidente da Venezuela acusou também de "terrorista e assassino" o político Leopoldo López (do partido Vontade Popular, ao qual pertencia Juan Guaidó, e atualmente asilado na Espanha), e Júlio Borges (do partido opositor Primeiro Justiça) de estar ligado a uma tentativa de assassinato do chefe de Estado.

Representantes do Governo do Presidente e da oposição aliada de Juan Guaidó iniciaram na sexta-feira uma nova ronda de negociações, no México, sob mediação da Noruega, com a assinatura de um acordo de entendimento.

No documento, manifesta-se a intenção de se chegar a um acordo sobre "as condições necessárias para que se realizem os processos eleitorais consagrados na Constituição, com todas as garantias, entendendo que é uma necessidade levantar as sanções internacionais" impostas contra Caracas.

Na agenda estão temas relacionados com "direitos políticos para todos, garantias eleitorais para todos, o levantamento das sanções, o respeito pelo Estado constitucional, a coexistência política e social, proteção da economia venezuelana e garantias para a implementação e acompanhamento dos acordos".

A crise política, económica e social na Venezuela, agravou-se desde janeiro de 2019, quando o então presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um Governo de transição e eleições livres e democráticas.

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