UNESCO apela à "preservação do património cultural" do Afeganistão

A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, apelou hoje para a necessidade de garantir a "preservação do património cultural do Afeganistão na sua diversidade" instando a que se tomem "todas as precauções necessárias" para o "poupar de danos e saques".

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Lusa
19/08/2021 14:31 ‧ 19/08/2021 por Lusa

Mundo

Afeganistão

As medidas devem ser tomadas "em total respeito" com o direito internacional, acrescenta a dirigente daquele organismo das Nações Unidas, num comunicado emitido hoje pela organização, no qual lembra a destruição deliberada, há 20 anos, dos budas Bamiyan, classificados como Património Mundial.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) está a "acompanhar de perto a situação no terreno e está empenhada em encetar todos os esforços possíveis para salvaguardar o inestimável património do Afeganistão".

"Qualquer dano ou perda de património cultural só terá consequências adversas nas perspetivas de paz duradoura e na ajuda humanitária para o povo do Afeganistão", sublinha.

No documento, a UNESCO destaca ainda a necessidade de garantir "um ambiente seguro" para o trabalho contínuo dos profissionais e artistas do património cultural do país, pois "desempenham um papel central para a coesão nacional e o tecido social afegão".

Como exemplos do "património rico e diversificado que é parte integrante da história e a entidade afegãs", da sua "importância para a humanidade como um todo" e da "necessidade de ser salvaguardado", aquela organização cita locais como a Cidade Velha de Herat, os locais de Património Mundial da UNESCO do Minarete e Restos Arqueológicos de Jam e a Paisagem Cultural e Restos Arqueológicos do Vale de Bamiyan, onde o organismo tem trabalhado há décadas.

Museus, como o Museu Nacional de Cabul, são outros dos exemplos mencionados que a UNESCO apela para que sejam preservados e salvaguardados, por se tratar de "marcos" "cruciais para o futuro do Afeganistão".

Depois de tomarem 30 de 34 capitais provinciais em apenas dez dias, os talibãs entraram em Cabul no domingo, quase sem encontrarem resistência das forças de segurança governamentais, proclamando o fim da guerra e a sua vitória, o que assinalou o seu regresso ao poder no Afeganistão 20 anos após terem sido expulsos pelas forças militares dos Estados Unidos e seus aliados da NATO.

Foi o culminar de uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares estrangeiras, cuja conclusão estava agendada para 31 de agosto.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, considerado a figura por trás dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

Depois de terem governado o país de 1996 a 2001, impondo uma interpretação radical da 'sharia' (lei islâmica), teme-se que os extremistas voltem a impor um regime de terror, reduzindo a zero ou quase os direitos fundamentais das mulheres e das raparigas.

Leia Também: Sindicato francês apela ao asilo dos magistrados afegãos

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