Citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, Tam Yiu-chung, o único delegado de Hong Kong no Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP), disse que o órgão decidiu "não votar, por enquanto, e continuará a estudar questões relacionadas".
"Acredito que isto tornará a lei contra as sanções estrangeiras ainda mais eficaz", defendeu.
A comunidade empresarial de Hong Kong expressou profunda preocupação sobre como a lei será aplicada na cidade semiautónoma da China, que é um centro financeiro internacional.
Um comunicado divulgado pelo governo de Hong Kong não abordou o atraso diretamente, dizendo apenas que o Governo central se preocupa com o bem-estar da cidade.
"A ANP e o seu comité permanente, como a mais alta autoridade do país, tomam decisões sobre os assuntos de Hong Kong com base nos interesses da cidade", lê-se no comunicado.
"O Governo apoiará, implementará e cooperará totalmente [com as suas decisões]", acrescentou.
A resolução visava inserir a lei no Anexo III da Lei Básica, a miniconstituição de Hong Kong.
Entre as resoluções aprovadas hoje pelo órgão máximo legislativo da China constam uma nova política que permitirá aos casais terem três filhos, a nomeação do novo ministro da Educação da China e o reforço da proteção dos dados pessoais.
A lei que visa sanções estrangeiras, aprovada por Pequim, em junho passado, autoriza as autoridades chinesas a confiscar ativos de entidades que impõem medidas financeiras punitivas ao país. As empresas podem ser responsabilizadas se se recusarem a ajudar Pequim a retaliar.
Pequim redigiu a legislação em resposta a uma série de sanções impostas pelos Estados Unidos ao continente e às autoridades de Hong Kong, acusadas de erodir as liberdades na cidade, na sequência da imposição da lei de segurança nacional no território.
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