De acordo com a agência espanhola de informação, a Efe, a Espanha assinou hoje um memorando de entendimento com os EUA, no âmbito do Convénio de Cooperação para a Defesa, que fará com que os voos norte-americanos aterrem nas bases navais de Rota e de Morón com afegãos que estão em trânsito para um acolhimento mais permanente nos Estados Unidos.
O comunicado da embaixada dos EUA em Madrid, citado pela Efe, agradece "a colaboração do governo espanhol" nesta questão e salienta a proximidade entre os dois países.
"A nossa cooperação para colocar a salvo aqueles que apoiaram os nossos esforços coletivos no Afeganistão é um testemunho da solidez dos nossos laços bilaterais e do nosso compromisso enquanto aliados da NATO", lê-se no comunicado.
O memorando hoje tornado público surge depois de no sábado o líder do governo espanhol, Pedro Sanchéz, ter mantido uma conversa telefónica com o presidente dos EUA, Joe Biden, na qual a questão afegã foi analisada.
Espanha continua a atuar como a porta de entrada dos afegãos na Europa, e hoje mesmo chegaram mais 260 refugiados deste país, a maioria dos quais é composta por famílias.
Entre estes 260 afegãos estão 55 menores, dos quais 14 são bebés, um deles com 15 dias e outro com um mês, para além de 16 pessoas da terceira idade.
Desde quinta-feira, o aeródromo de Torrejón já recebeu 815 afegãos, chegados em voos espanhóis e do Serviço Europeu de Ação Exterior, tendo havido 354 que manifestaram intenção de pedir asilo a Espanha.
Os talibãs conquistaram Cabul no dia 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
Os líderes do G7 vão reunir-se em formato virtual na terça-feira para discutir a situação no Afeganistão.
Leia Também: Afeganistão: Canadá opera fora do aeroporto de Cabul para retirar civis