"O mandato da Missão da União Africana na Somália (Amisom) acaba este ano. Temos estado a debater o que irá substituir a Amisom", disse a diretora para a Gestão de Conflitos do Departamento de Assuntos Políticos, Paz e Segurança da UA, Fiona Lortan, citada hoje num comunicado da organização.
"Sabemos que ainda há necessidade de algum tipo de presença de segurança da UA para ajudar o Governo da Somália nos próximos anos, enquanto este reforça as suas forças. E, assim, temos estado a discutir como deverá ser a nova missão e qual será o mandato da nova missão", acrescentou a responsável, que liderou a equipa da UA e da Amisom durante as negociações.
A liderar a representação da Somália esteve o ministro da Defesa, Hassan Hussein Haji, que foi acompanhado pelo diretor-geral do Ministério da Defesa, Hassan Said Samantar, pelo conselheiro do gabinete do primeiro-ministro, Abdi Isse Dirshe, pelo embaixador-adjunto da Somália na Etiópia, Jaffar Abukar Mohamed, e pelo coronel Ahmed Mohamed, em representação do Exército somali.
"Assinámos um importante acordo para a Somália, que dá agora início ao período de transição. Trata-se de um processo que será implementado de forma gradual e iremos, gradualmente, trocar papéis com os nossos irmãos africanos que nos têm vindo a ajudar desde há algum tempo", disse Said Samantar.
A assinatura do acordo, no passado dia 19 de agosto, foi testemunhada pela diretora-adjunta da Delegação União Europeia na Somália, Nicole Miller, e pela embaixadora-adjunta do Reino Unido no país, Mary Shockledge, em representação destes que foram dois dos principais parceiros internacionais da Somália envolvidos nas negociações.
Apesar de haver um acordo geral, Lortan referiu que as discussões irão continuar no futuro, de forma a consolidar os ganhos de segurança obtidos pela Amisom ao longo dos anos.
Desde 1991 que a Somália vive num estado de guerra e caos, depois do autocrata Mohamed Siad Barre ter sido deposto, deixando o país sem governo e nas mãos de milícias islâmicas e de senhores da guerra.
O Governo federal controla apenas uma parte do território da Somália, apesar do apoio da Amisom.
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