"Estamos a fazer de tudo para manter a nossa posição e reforçá-la (...) apesar das restrições ligadas à pandemia [de covid-19] e das manifestações flagrantes de concorrência desleal com que somos constantemente confrontados", referiu na terça-feira Dmitry Chugayev, responsável russo de cooperação militar, integrado na empresa estatal Rostec.
Chugayev acusou, durante uma conferência de imprensa, os "concorrentes, mas acima de tudo os Estados Unidos" de tentarem 'roubar' os mercados tradicionais.
Moscovo, no entanto, tem encontrado "meios de contornar as sanções norte-americanas", ao dispensar a utilização do dólar nos contratos de armamento, acrescentou, citado pela agência AFP.
A Rússia tem repetidamente acusado os Estados Unidos de "concorrência desleal" no mercado de armas, devido às sanções adotadas por Washington contra fornecedores russos e à pressão norte-americana sobre certos países que procuram adquirir armamento russo.
"Todas estas sanções acabam por ter um efeito nulo", atirou Chugayev.
A crise económica à escala global provocada pela pandemia de covid-19 não afetou as encomendas de parceiros estrangeiros de armas russas em 2020, que permaneceram num patamar entre os 50 mil milhões e 55 mil milhões de dólares [cerca de 42 mil milhões e 46 mil milhões de euros], segundo dados do setor.
Segundo o presidente Vladimir Putin, a Rússia está a desenvolver uma nova geração de armas "invencíveis", como o míssil hipersónico 'Avangard', mas estas são destinadas em exclusivo à defesa militar russa, salientou Dmitry Chugayev.
"Somos um país responsável (...) e entendemos que se trata de armamento sensível e que não deve ser destinado à exportação", sublinhou, explicando que a Rússia vai dar "atenção especial" ao desenvolvimento de 'drones', a arma "do futuro".
Chugayev também manifestou preocupação com a recuperação de armas norte-americanas por parte dos talibãs no Afeganistão.
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