Os dois líderes "discutiram o problema afegão" durante uma conversa telefónica e "manifestaram a sua disponibilidade para redobrar esforços para combater as ameaças do terrorismo e do tráfico de droga vindo do Afeganistão", de acordo com a Presidência russa.
"É importante restaurar rapidamente a paz no país e evitar que a instabilidade se propague às regiões vizinhas", vincou Moscovo.
Os dois Presidentes querem "envolver tanto quanto possível" a Organização de Cooperação de Xangai, que integra a Rússia, China, Índia, Paquistão e os países da Ásia central limítrofes do Afeganistão, entidade que se deve reunir para uma cimeira no Tajiquistão no próximo mês.
A Rússia, que adotou uma atitude conciliatória em relação aos talibãs e a apelou a um "diálogo nacional" no Afeganistão, partilha a preocupação da China com a segurança das antigas repúblicas soviéticas da Ásia central.
Moscovo teme em particular um afluxo de refugiados que possa desestabilizar a região e a chegada entre eles de combatentes 'jihadistas' e um ressurgimento do tráfico de ópio e heroína.
Os talibãs passaram a controlar Cabul no dia 15 de agosto, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
Face à brutalidade e interpretação radical do Islão que marcou o anterior regime, os talibãs têm assegurado aos afegãos que a "vida, propriedade e honra" vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.
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