"Nós temos a capacidade de receber 300 norte-americanos, que é aproximadamente o número que achamos que resta [no Afeganistão]. Venham ao aeroporto e entrem nos aviões no tempo que resta", declarou no domingo Jake Sullivan, o conselheiro de segurança nacional do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
"Este é o momento mais perigoso de uma missão já extraordinariamente perigosa nos últimos dias", disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, no domingo, pouco antes da confirmação do ataque de um 'drone' [aparelho não tripulado] conduzido pelos Estados Unidos em Cabul.
O fluxo constante de aviões militares dos Estados Unidos a descolar e aterrar no Aeroporto Internacional Hamid Karzai, na capital do Afeganistão, continua mesmo depois de disparos de 'rockets' hoje que pretendiam, aparentemente, atingir o aeroporto.
Ninguém assumiu a responsabilidade pelo lançamento dos 'rockets', que atingiram um bairro próximo do aeroporto, e não ficou claro se alguém ficou ferido. Os militares dos EUA não responderam aos pedidos de comentários, embora a Casa Branca tenha dito que o Presidente Joe Biden foi informado sobre o lançamento dos 'rockets".
Sullivan disse que os EUA atualmente não planeiam ter uma presença contínua na embaixada, após a retirada final das tropas dos Estados Unidos.
Mas prometeu que os Estados Unidos "garantirão que haja uma passagem segura para qualquer cidadão norte-americano" após a terça-feira, bem como para os afegãos que ajudaram as forças norte-americanas.
Um número incontável de afegãos vulneráveis, temerosos do regresso à brutalidade do regime dos talibãs anterior a 2001, serão deixados para trás.
Blinken disse que os EUA estão a trabalhar com outros países da região para manter o aeroporto de Cabul aberto depois de terça-feira, adiantando que embora o aeroporto seja crítico, "há outras maneiras de deixar o Afeganistão, incluindo por estrada", dado que "muitos países fazem fronteira com o Afeganistão".
Os EUA, disse o secretário de Estado norte-americano, estão a certificar-se de que têm todas as ferramentas e meios necessários para facilitar a viagem de quem pretende deixar o Afeganistão" após a terça-feira.
Também há cerca de 280 outras pessoa que disseram ser norte-americanas, mas que querem permanecer no país ou ainda estão indecisos.
De acordo com os últimos números, cerca de 114.000 pessoas foram retiradas desde o regresso ao poder dos talibãs, em 15 de agosto, em cerca de 2.900 em voos militares ou da coligação internacional.
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