De acordo com os dados, citados pela agência France-Presse (AFP), o Quénia conta com uma população de 36.280 elefantes, que aumentou 21% a partir de 2014, quando a caça-furtiva atingiu um pico de atividade.
"Os esforços para aumentar as penas por crimes relacionados com espécies ameaçadas parecem estar a dar frutos", disseram os autores do recenseamento num relatório.
A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) alertou, em março, que a população de elefantes africanos estava a ser dizimada pela caça-furtiva e pela destruição de habitats, em particular devido à transformação de terras para agricultura.
Na sua mais recente atualização da "lista vermelha", a UICN assinalou que a população de elefantes da savana africana desceu pelo menos 60% nos últimos 50 anos, o que colocou a espécie "em perigo".
O recenseamento, financiado pelo executivo queniano, contou 30 espécies animais diferentes, tendo assinalado que o número de leões, zebras, antílopes e girafas está a aumentar.
O documento refere que há um total de 1.739 rinocerontes, incluindo 840 rinocerontes brancos do sul e 897 rinocerontes negros -- uma espécie severamente ameaçada.
Já a reserva de caça Maasai Mara, no sul do país, é lar de cerca de 40.000 gnus.
"A obtenção deste nível de informação (...) permite uma melhor política, planeamento e avaliação das áreas que necessitam de atenção", disse o ministro da Fauna, Najib Balala, citado no relatório.
O chefe de Estado queniano, Uhuru Kenyatta, elogiou o sucesso das agências ambientalistas no combate à caça furtiva, tendo apelado para a realização de abordagens inovadoras para proteger a vida selvagem.
"[A fauna] É a nossa herança, é a herança dos nossos filhos e é importante para nós saber o que temos, para que estejamos mais bem informados na nossa política e ações", referiu, num comunicado.
No relatório indica-se ainda que deve ser dada especial atenção a certas espécies de antílopes, como o antílope de areia e o bongo da montanha, uma vez que restam menos de 100 exemplares de cada.
Estas espécies poderão ser extintas caso não sejam tomadas medidas urgentes.
O documento alerta também que o progresso registado nos últimos anos pode ser ameaçado pelo crescimento exponencial da população humana e pelo consequente aumento da necessidade de terras -- para habitação e para atividades económicas.
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