"O PAIGC condena esta forma de chegar ao poder, como aquilo que aconteceu na Guiné-Bissau. Penso que a CEDEAO, a União Africana e alguns países corroboram da mesma posição do PAIGC, por isso aproveitamos para expressar a nossa condenação a este golpe de Estado", disse o secretário para a comunicação e informação do partido, Muniro Conte.
A posição do PAIGC, partido com fortes ligações à Guiné-Conacri, que foi a base do movimento de libertação da Guiné-Bissau foi transmitido por Muniro Conte numa conferência de imprensa.
"Se o povo da Guiné-Conacri achar que o exercício económico não vai ao encontro das aspirações, como disse o líder dos golpistas, e se os direitos fundamentais não são respeitados, tem de ser provado ou expressado nas urnas nas próximas eleições", defendeu o dirigente do partido guineense.
Muniro Conte realçou que o PAIGC "em nenhum momento pode contentar-se ou apoiar um golpe de Estado", protagonizado em qualquer país democrático, onde, disse, o poder é conquistado em eleições livres e democráticas.
"O Presidente Alpha Condé foi eleito nas urnas e nem sequer fez ainda um ano. Infelizmente, foi utilizado o método do golpe de Estado para tirá-lo do poder", frisou o responsável.
Para o PAIGC, os militares que protagonizaram o golpe na Guiné-Bissau "devem libertar de forma incondicional o Presidente Alpha Condé".
A Guiné-Conacri faz fronteira, com as zonas sul e leste da Guiné-Bissau.
Os golpistas capturaram o Presidente Alpha Condé e dissolveram as instituições de Estado do país no passado domingo. Foi instituído um recolher obrigatório noturno, e a Constituição do país e a Assembleia Nacional foram ambas dissolvidas.
O golpe de Estado foi já condenado pela Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), que exigiu também a "imediata" e "incondicional" libertação de Alpha Condé, e o mesmo fez a União Africana e também a França.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também já condenou "qualquer tomada de poder pela força das armas".
A Guiné-Conacri, país da África Ocidental, é um dos mais pobres do mundo e enfrenta, nos últimos meses, uma crise política e económica, agravada pela pandemia de covid-19.
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