Hoje, a Rede de Ação Climática, que reúne 1.500 organizações de 130 países, incluindo Portugal, pediu o adiamento da cimeira do clima das Nações Unidas prevista para novembro, no Reino Unido, devido ao acesso desigual às vacinas contra a Covid-19 entre países ricos e pobres, temendo a exclusão de participantes de diversas nações.
Em resposta, o porta-voz adjunto da ONU Farhan Haq disse que, apesar de as Nações Unidas compreenderem "as preocupações" manifestadas pelas organizações ambientalistas, "não é possível outro adiamento da COP26" dada a "urgência estabelecida pelos cientistas" para que se adotem novas medidas com vista ao cumprimento das metas do Acordo de Paris, de 2015.
A COP26, em Glasgow, foi adiada em 2020 devido à pandemia da covid-19 e reprogramada para entre 01 e 12 de novembro de 2021.
"Por enquanto nenhuma alteração está prevista", frisou o porta-voz adjunto da ONU, numa conferência de imprensa, lembrando que "a comunidade científica mundial indicou claramente que as alterações climáticas são uma emergência global".
Farhan Haq acrescentou que a ONU está a trabalhar com o Governo britânico para que cimeira seja o mais segura e inclusiva possível, por exemplo disponibilizando vacinas a todos os participantes e pagando estadas em hotéis para quem tenha de cumprir quarentenas.
Na sua mensagem, a Rede de Ação Climática refere que, embora o Reino Unido tenham prometido fornecer vacinas aos delegados que delas precisassem para participar na COP26, a sua entrega tem sido "muito lenta".
A plataforma queixa-se, ainda, de falta de clareza quanto ao apoio que será dado para suportar os custos logísticos e de quarentena em hotéis com "preços exorbitantes".
A rede de organizações ambientalistas, que não propôs nova data para o evento, alega que a sua petição pelo adiamento da cimeira "não implica, de maneira nenhuma, um adiamento da ação climática urgente ou um boicote às negociações sobre o clima".
Portugal está representado da Rede de Ação Climática pela Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza e pela Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável.
Leia Também: Greta admite ir à COP26 se houver distribuição equitativa de vacinas