Também hoje, o presidente da bancada parlamentar do PPE, Manfred Weber, anunciou que não é candidato a presidente do Parlamento Europeu, mas sim à presidência do partido, cargo que vai ficar vago dado Donald Tusk ter decidido regressar à cena política polaca, dando ainda conta da sua intenção de se recandidatar a líder do grupo na assembleia.
Numa resolução hoje adotada, o grupo do PPE, o maior do Parlamento Europeu e que integra as delegações de PSD e CDS-PP, reafirmou a sua intenção de ocupar a presidência da assembleia a partir de janeiro de 2022, recordando o "acordo político que foi alcançado entre os grupos do PPE, do S&D [Socialistas e Democratas] e do «Renew» [Liberais] em 03 de julho de 2019", no seguimento das eleições europeias celebradas em maio desse ano.
Esse acordo, sublinha a resolução de hoje, contemplava "o compromisso claro" de os três maiores grupos do parlamento elegerem o candidato dos socialistas europeus para presidente do Parlamento para a primeira metade da legislatura de cinco anos -- o que sucedeu, com a eleição do italiano David Sassoli -- e o candidato do PPE para a segunda metade, uma prática já antiga.
"Tendo em conta o espírito de cooperação leal com que este acordo foi honrado para a primeira metade da legislatura", o PPE reivindica então a presidência da assembleia na segunda metade da legislatura, entre janeiro de 2022 e até às eleições de 2024, exortando os grupos S&D e «Renew» a respeitarem o compromisso político entre as três forças em julho de 2019.
O PPE dá ainda conta de concluir o processo de nomeação do seu candidato "o mais tardar em novembro" próximo.
Aquele que seria o candidato mais óbvio do grupo à presidência, o seu líder parlamentar, Manfred Weber, afastou-se hoje da 'corrida', ao anunciar, na sua conta oficial na rede social Twitter, que pretende suceder a Tusk na presidência do próprio partido, assim como recandidatar-se a líder da bancada do PPE.
"A minha ambição é ser reeleito presidente do grupo PPE. O meu trabalho no grupo PPE ainda não está terminado. A nossa missão de reanimar a democracia cristã e os partidos de centro-direita na Europa ainda não terminou. Consequentemente, não me candidatarei a presidente do Parlamento Europeu", justificou.
Quanto à ambição de ser presidente do PPE, sublinha que todos no grupo "apoiam e admiram" a decisão de Donald Tusk, antigo presidente do Conselho Europeu, de "regressar à Polónia e lutar por um futuro melhor para o seu país" e assume que "seria uma grande honra suceder-lhe e continuar a construir um partido mais unido e bem sucedido rumo às próximas eleições de 2024".
A confirmar-se a eleição do candidato do PPE para a presidência do Parlamento Europeu a partir de janeiro do próximo ano, o partido passará então a acumular as presidências da assembleia e da Comissão Europeia (Ursula von der Leyen), sendo que o Conselho Europeu 'pertence' aos liberais (Charles Michel), o que significa que, entre os chamados cargos de topo institucionais da UE, os socialistas europeus só manteriam o de Alto Representante para a Política Externa (Josep Borrell).
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