"A Venezuela necessita de mais vacinas e de mais apoio porque a sua população ainda tem baixos níveis de cobertura vacinal", disse o diretor de Emergências em Saúde da OPS.
Ciro Ugarte falava durante uma conferência de imprensa da OPS, transmitida pelo Youtube, em que apontou ser um "sinal da necessidade de agir muito rapidamente" o facto de "o número de casos e mortes", na Venezuela, estarem "num planalto há várias semanas".
Por outro lado, destacou, como "grande notícia" que o Governo e a oposição tenham chegado a um acordo, no México, para atender "as necessidades de saúde dos venezuelanos".
"Prevemos que após este acordo haverá notícias muito importantes e a comunidade internacional poderá continuar com o apoio que tem prestado e, oxalá, que o possa expandir, porque as necessidades de saúde da população venezuelana estão relacionadas com a resposta à covid-19 e com o aumento da vacinação no país", disse Ciro Ugarte.
Para o diretor de Emergências em Saúde da OPS é também "muito boa notícia" que a Venezuela tenha recebido, terça-feira, o primeiro lote de vacinas através do Fundo de Acesso Global para Vacinas Covid-19 (Covax).
"Nas conversações que temos tido com o mecanismo Covax, com Gavi, com a Aliança Global para Vacinas e Imunização (Gabi) e com o Governo da Venezuela (...) foi acordado dar prioridade à Venezuela no acesso a vacinas, tendo em conta a situação do país, a cobertura que temos visto e a situação pandémica", explicou.
Ao ser questionado sobre as intenções do Governo venezuelano vacinação de adolescentes e crianças antes do próximo ano letivo, o médico Jarbas Barbosa, assistente da direção da OPS, explicou que "é uma decisão das autoridades" da Venezuela.
"É bom esclarecer que o produtor de uma vacina submete à autoridade reguladora do país os dados dos ensaios clínicos das fases 1, 2 e 3, para provar que também é segura e eficaz, primeiro para adolescentes e depois para crianças", disse.
No entanto, precisou que, de momento, a Pfizer é o único produtor de vacinas contra a covid-19, autorizado para uso de emergência em adolescentes pela Organização Mundial da Saúde, porque apresentou os dados que foram verificados e recebeu essa autorização.
A Venezuela recebeu terça-feira o primeiro lote de 693.600 doses de vacinas anti-covid-19 produzidas pela chinesa Sinovac Botech, através do Covax.
As vacinas, segundo a OPS foram adquiridas através do seu fundo rotativo, com recursos próprios da Venezuela "e constituem o primeiro lote de um total de 12.068.000 doses de vacinas" para "imunizar aproximadamente 20% da população total do país".
Segundo a OPA, a Venezuela "administrou" 9.342.817 doses a 3.326.547 pessoas.
Desde março de 2020 que a Venezuela está em quarentena preventiva e atualmente tem um sistema de sete dias de flexibilização, seguidos de sete dias de confinamento rigoroso.
O país contabilizou 4.133 mortes e 342.148 casos da doença, desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais.
A covid-19 provocou pelo menos 4.583.765 mortes em todo o mundo, entre mais de 221,81 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.
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