Covid-19: Censos dos EUA mostram como ajuda financeira aliviou a pobreza

A proporção de americanos que vivem na pobreza aumentou ligeiramente com a pandemia de covid-19, mas os pagamentos massivos de ajuda promovidos pelo Congresso aliviaram as dificuldades para muitos, informaram hoje os Censos dos EUA.

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Lusa
14/09/2021 17:28 ‧ 14/09/2021 por Lusa

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Covid-19

A medida oficial de pobreza revela um aumento de um ponto percentual em 2020, indicando que 11,4% dos americanos viviam pobreza nesse ano, tendo sido o primeiro aumento da pobreza após cinco declínios anuais consecutivos.

Mas uma medida suplementar de pobreza mais completa, que leva em consideração fluxos de rendimentos, como pagamentos de estímulo, mostrou que a proporção de pessoas na pobreza caiu depois de a ajuda ter sido contabilizada.

Os confinamentos devidos à pandemia causaram forte impacto na economia norte-americana, no ano passado: só em abril, mais de 20 milhões de trabalhadores perderam os empregos; e os departamentos de apoio ao desemprego pagaram uma média semanal de 20 milhões de pedidos, nesse ano.

A economia dos EUA recuperou desde então, mas o emprego ainda está cerca de cinco milhões de empregos abaixo dos níveis pré-pandemia.

O Congresso norte-americano aprovou cinco projetos de lei bipartidários, com respostas à pandemia de covid-19, no ano passado, no valor de cerca de três biliões de euros, sancionadas pelo então Presidente, Donald Trump.

Este ano, os democratas aprovaram um novo plano de resgate, de cerca de 1,5 biliões de euros, aprovado pelo Presidente Joe Biden e com os votos de ambos os partidos.

Embora parte da ajuda federal no ano passado tenha sido adiada por motivos de disputas sobre custos e problemas com a distribuição, no geral ela isolou as famílias norte-americanas do desastre económico que teria agravado a crise de saúde pública.

Enquanto os norte-americanos discutiam medidas como o uso de máscaras e o encerramento de empresas e da vida comunitária, os congressistas de ambos os partidos estavam motivados a tomar medidas dramáticas, explicou o economista Bruce Meyer, especialista em pobreza, da Universidade de Chicago.

"Havia democratas que estavam muito focados em ajudar aqueles que estavam desempregados e a sofrer. E havia republicanos que estavam dispostos a fazer muitas coisas para ajudar na reeleição do seu Presidente. Por isso, houve uma confluência de interesses, ou de desejos, por políticos em ambos os lados", disse Meyer.

Trump acabou por perder a reeleição, mas o relatório dos Censos fornece evidências que são relevantes para o debate atual sobre o plano de infraestrutura social de cerca de três biliões de euros, que Biden apresentou, disse o analista de políticas públicas Robert Greenstein, do grupo de reflexão Brookings Institution.

"Para as pessoas que têm uma visão cínica de que nada que o Governo faz funciona de forma eficaz, especialmente no combate à pobreza, será mais difícil manter essa visão", disse Greenstein, que fundou o Centro de Orçamento e Prioridades Políticas, uma organização sem fins lucrativos que defende apoios para pessoas de baixos rendimentos.

Leia Também: Talibãs saúdam promessas de ajuda e exortam EUA a serem generosos

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