Último 'rendez-vous' de Merkel aborda Afeganistão e política europeia

Angela Merkel vai visitar pela última vez na quinta-feira Paris e o Palácio do Eliseu como chanceler da Alemanha, tendo previsto um jantar de trabalho com Emmanuel Macron onde os principais temas serão o Afeganistão e a política europeia.

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Lusa
15/09/2021 08:29 ‧ 15/09/2021 por Lusa

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Paris

O adeus de Angela Merkel a Emmanuel Macron acontece 10 dias antes das eleições na Alemanha e quando os principais candidatos, o social-democrata, Olaf Scholz, e o líder dos conservadores, Armin Laschet, já passaram pelo Palácio do Eliseu para um tête-a-tête com o Presidente francês.

Qualquer um destes possíveis sucessores de Angela Merkel parece agradar aos franceses, que querem manter as boas relações com a Alemanha, especialmente para levar a bom porto o plano de relançamento europeu, avaliado em cerca de 750 mil milhões de euros, planeado pelo eixo franco-alemão e que pretende ajudar à retoma do continente no pós-pandemia de covid-19.

"De maneira geral, o sentimento pró-europeu está no programa dos quatro principais candidatos. É uma herança de Merkel. Laschet e Scholz estiveram em Paris mostrando vontade de ser parceiros europeus desde o primeiro dia", defendeu Clement Beaune, secretário de Estado dos Assuntos Europeus, em declarações recentes ao jornal "Le Figaro".

No 'cardápio' do jantar entre Merkel e Macron em Paris estão as questões internacionais atuais, em primeiro lugar o Afeganistão, mas também as questões de política europeia, fez saber o gabinete da chanceler. No final do encontro, haverá espaço para declarações à imprensa.

Independentemente dos seus protagonistas, o motor franco-alemão está bem oleado.

"Após o Tratado do Eliseu, em 1963, a ambição europeia dos dois países teve um papel importante para ultrapassar antigos ressentimentos. As expressões como 'inimigos herdados' pertencem ao passado e o objetivo tem sido relembrar às nossas juventudes que esta amizade tem de continuar a ser trabalhada e não deve ser dada com adquirida, especialmente durante a pandemia", afirmou Anne Tallineau, secretária-geral do Gabinete Franco-alemão para a Juventude (OFAJ), em Paris.

Esta estrutura pública, que existe nos dois países, tem como principal missão potenciar a cooperação franco-alemã e encorajar as relações entre os jovens dos dois países. Nascido com o Tratado do Eliseu, assinado entre De Gaulle e Adenauer, para selar a reconciliação entre Paris e Berlim, o OFAJ já possibilitou intercâmbios a mais de 9,3 milhões de jovens.

O único ponto inquietante para a França é a geometria variável da coligação pós-eleitoral alemã. No entanto, tanto Scholz, que como ministro das Finanças trabalhou de muito perto com o seu homólogo francês, Bruno Le Maire, como Laschet, alinhado em termos de ambições importantes para a defesa e segurança europeias, são parceiros interessantes para os gauleses.

Uma relação que deve continuar a ser dinâmica especialmente entre as juventudes dos dois países.

"Os jovens de hoje não devem ser definidos como uma geração ligada apenas à covid-19, privados da experiência europeia. Por isso, pusemos em prática um plano de relance para as relações entre os dois países. Até 2023, data do aniversário de 60 anos do tratado do Eliseu, queremos voltar ao mesmo nível de participação nos nossos programas de 2019", concluiu Anne Tallineau.

Leia Também: UE não deve esperar grandes mudanças no pós-Merkel, dizem analistas

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