O Ministério da Saúde guineense anunciou, em comunicado, o fim do surto, o primeiro nesta nação africana e na região da África Ocidental, depois de não ter registado nenhum caso novo durante os últimos 42 dias.
Isto faz com que o caso detetado no início de agosto no município de Gueckédou, na região sul de Nzérékoré, seja o único deste surto.
Segundo as autoridades guineenses, os 173 contactos de alto risco identificados foram monitorizados durante 21 dias desde o início do surto.
"Sem uma ação decisiva e imediata, doenças altamente infecciosas [febre de Marburg] podem ficar fora de controlo. Hoje, podemos apontar uma experiência crescente no controlo de surtos na Guiné e na região", afirmou a diretora regional para África da OMS, Matshidiso Moeti.
A febre de Marburg é tão mortal como o Ébola e estima-se que já tenha matado mais de 3.500 pessoas em África.
No passado, foram notificados surtos e casos esporádicos da doença no Quénia, Uganda, Angola, África do Sul e República Democrática do Congo, segundo a OMS.
A doença é causada pelo vírus Marburg, membro da família 'filoviridae', a mesma a que pertence o Ébola.
Tal como o Ébola, causa hemorragias súbitas e pode causar a morte em dias, com um período de incubação de 2 a 21 dias e uma taxa de mortalidade entre 24% e 88%.
Os morcegos da fruta são os hospedeiros naturais deste vírus, que quando transmitidos aos humanos pode propagar-se por contacto direto com fluidos, como sangue, saliva, vómito ou urina.
A doença, para a qual não existe vacina ou tratamento específico, foi detetada em 1967 na cidade alemã de Marburg - daí o seu nome - por técnicos de laboratório que foram infetados enquanto investigavam macacos levados do Uganda.
A região sul de Nzérékoré já foi o local do mais recente surto de Ébola na Guiné-Conacri, no início de 2021, que resultou em 23 casos diagnosticados e 12 mortes.
Também na Guiné-Conacri, numa aldeia do mesmo município de Gueckédou, registou-se a pior epidemia de Ébola da história, que começou em dezembro de 2013, assolando vários países da África Ocidental, até 2016, e na sequência do qual morreram 11.300 pessoas das 28.500 infetadas pela doença, números que, de acordo com a OMS, poderiam ser conservadores.
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