No levantamento anterior, feito em julho último, Bolsonaro era rejeitado por 51% dos inquiridos, que avaliaram o seu Governo como "ruim ou péssimo", de acordo com o jornal Folha de S.Paulo, responsável pela divulgação da sondagem.
O novo levantamento, que foi realizado de forma presencial entre segunda e quarta-feira e ouviu 3.667 pessoas em 190 municípios, ocorreu uma semana após um dos eventos mais polémicos a envolver o mandato do chefe de Estado brasileiro.
No último dia 07, Bolsonaro fez graves ameaças às instituições do país, quando, perante milhares de apoiantes, incentivou à desobediência de ordens do Supremo Tribunal Federal e a decisões do Parlamento contrárias aos seus interesses.
O seu posicionamento causou uma imensa onda de críticas de parlamentares, do próprio Supremo e até de partidos políticos da sua base aliada, levando Bolsonaro a recuar numa "declaração à nação", em que assegurou que não teve "intenção de agredir" os demais poderes.
Na sondagem hoje divulgada, o chefe de Estado foi avaliado como "bom ou ótimo" por 22% dos inquiridos, uma oscilação negativa face aos 24% que obteve no levantamento anterior e que já indicava o pior índice do seu mandato.
A percentagem dos que o consideram "regular" ficou em 24%, o mesmo índice registado em julho.
A margem de erro da sondagem é de dois pontos percentuais, em ambos os sentidos.
A reprovação de Jair Bolsonaro mantém uma tendência de aumento desde dezembro do ano passado.
Neste levantamento, o Datafolha identificou um aumento mais expressivo da rejeição ao Presidente entre quem ganha entre cinco e 10 salários mínimos (aumento de 41% em julho para 50%) e entre as pessoas com mais de 60 anos (de 45% para 51%).
Bolsonaro passou a ser mais rejeitado nas regiões norte e centro-oeste (16% da amostra), onde costuma ter mais apoio e de onde saíram muitos dos camionistas que ameaçaram invadir o Supremo Tribunal Federal nas manifestações de 07 de setembro.
No segmento evangélico, uma das principais bases de apoio de Jair Bolsonaro, a reprovação ao Presidente já subiu 11 pontos desde janeiro, e hoje está superior (41%) à sua aprovação (29%).
Em comparação com os agora ex-presidentes do Brasil, Bolsonaro só perde para Fernando Collor, que em meados de 1992 já enfrentava a sombra de um pedido de destituição, que o levou à renúncia do cargo no fim daquele ano. Na ocasião, Collor alcançou 68% de ruim/péssimo, 21% de regular e apenas 9% de ótimo/bom.
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