Presidente do México dá UE como exemplo para a comunidade regional

O Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, inaugurou hoje a Cimeira da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), com o apelo para que a região construa algo semelhante à União Europeia (UE).

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Lusa
18/09/2021 18:10 ‧ 18/09/2021 por Lusa

Mundo

Andrés Manuel López Obrador

 

Na sua mensagem de boas-vindas à Celac, na qual participam mais de uma dezena de lideranças na região, o presidente mexicano destacou a necessidade de "construir no continente americano algo semelhante ao que foi a comunidade económica que deu origem à atual UE", refere a agência EFE.

López Obrador assinalou que este ideal seria possível se se chegassem a acordos sobre três temas básicos: a não intervenção e autodeterminação dos povos, a cooperação para o desenvolvimento e ajuda mútua no combate à desigualdade e à discriminação.

No campo económico e comercial, o presidente mexicano propôs a assinatura de um acordo entre os países da região com os Estados Unidos e o Canadá, com o objetivo de fortalecer o mercado interno do continente, que, segundo ele, "está deficitário com a Europa e a Ásia".

O líder mexicano destacou ainda a importância de reativar em breve as economias dos países da região "para construir na América o que consumimos" e realçou que há mão de obra, além de bom desenvolvimento tecnológico.

"Somos um continente rico em recursos naturais, com grande diversidade cultural, e as distâncias entre os países permitem economizar no transporte e há procura suficiente por mercadorias", disse.

No entanto, acrescentou que um planeamento conjunto e a cooperação de organizações como a Comissão Económica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) são necessários para promover a comunidade económica da região.

López Obrador criticou a falta de apoio do governo dos Estados Unidos, ao destacar que, desde 1961, aquele país investiu 10 milhões de dólares em 10 anos (82 milhões de dólares ao câmbio atual - 69.8 milhões de euros) em benefício dos povos da América Latina e do Caribe.

"Foi a única coisa importante que foi feita em termos de cooperação para o desenvolvimento no nosso continente em mais de meio século", afirmou, ao referir que é hora de acabar com "a letargia" e propor uma relação "nova e vigorosa", além de substituir a política de "bloqueios e maus tratos pela opção de nos respeitarmos".

Um gesto de "boa vontade" seria que os Estados Unidos doassem vacinas contra a covid-19 a países da região que não tiveram a possibilidade de proteger os seus povos contra o SARS-CoV-2.

O presidente boliviano, Luis Arce, criticou a Organização dos Estados Americanos (OEA) e pediu uma organização "que trabalhe com práticas democráticas e responda à realidade apoiando a soberania dos países e sem interferências".

"A OEA é inútil", disse Arce, que elogiou o trabalho do México a favor da Celac como organização que defende que "o interesse financeiro não pode estar acima do interesse social".

Por sua vez, o presidente cubano Miguel Diaz-Canel denunciou a "campanha oportunista dos interesses dos Estados Unidos contra Cuba" e lembrou que o embargo dos Estados Unidos foi reforçado enquanto sofre as "consequências da pandemia".

Leia Também: Obrador vai apresentar reforma contra privatização do setor energético

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