Numa audição hoje na comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros, David Lammy comprometeu-se a aumentar o apoio às forças armadas libanesas num futuro próximo, nomeadamente na vertente de treino, mas não se comprometeu em integrar a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL).
O Reino Unido só tem uma pessoa nesta força de paz, enquanto a Itália tem cerca de mil operacionais.
"Estou disposto em reavaliar, em olhar novamente para a nossa contribuição em termos militares, mas gostaria de fazer isso em discussão com os parceiros do G7 [grupo das sete maiores economias mundiais], como a Itália, que desempenham um papel importante, e claro, com o ministro da Defesa", vincou.
O acordo de cessar-fogo no Líbano entrou em vigor às 04:00 de hoje locais (02:00 em Lisboa) e é válido por 60 dias, após mais de um ano de combates entre o Hezbollah, grupo xiita pró-iraniano, e Israel, que causou milhares de mortos.
O acordo prevê uma retirada gradual do Hezbollah e das tropas israelitas e o destacamento de 10.000 efetivos das forças armadas libanesas ao longo da fronteira do sul do Líbano com o norte de Israel.
"Queremos estar numa situação em que os libaneses possam mover-se para sul e os israelitas possam mover-se para norte e vemos o fim dos combates, dos tiroteios e do número de mortes que temos visto, particularmente de civis", disse o ministro.
Na mesma audição, Lammy admitiu que ao assumir o cargo, em julho, mostrou-se determinado em reforçar as relações com a União Europeia (UE), nomeadamente através de um acordo na área da segurança e defesa.
O ministro reiterou que o Governo britânico não pretende voltar a entrar no mercado único nem na união aduaneira, mas salientou que Londres e a UE "podem fazer muito em conjunto" e que "agora, com uma nova Comissão [Europeia] em funções", essas discussões "podem começar no próximo ano".
Sobre um esquema de mobilidade dos jovens desejado pela UE, Lammy vincou que Londres não quer o regresso da livre circulação de pessoas, ao mesmo tempo que reconheceu queixas dos colegas europeus em relação à diminuição de viagens escolares em ambos os sentidos e, admitiu, que isso "não pode ser uma coisa boa".
"Vão ocorrer discussões sérias em que entraremos num bom espírito de boa-fé, e teremos de ver onde chegaremos", concluiu.
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