"Esperamos por isto há mais de um ano e meio. É uma excelente notícia para o nosso setor, e em particular para os nossos clientes. As famílias foram separadas, [...] as empresas não conseguiram organizar reuniões presenciais ", disse Benjamin Smith, em entrevista à agência de notícias AFP.
O sinal verde hoje dado por Washington para a retoma das viagens a partir de novembro, e sob algumas condições, constitui "uma fabulosa notícia" para o grupo da Air France-KLM.
Observando melhorias para o seu grupo, Benjamin Smith não revelou as suas ambições de faturação para o último trimestre do ano.
À AFP, Benjamin Smith disse que, no período pré-pandemia, o grupo de companhias aéreas franco-neerlandesas havia alcançado 40% da sua faturação em rotas através do Atlântico Norte.
Como todo setor de aviação, a Air France-KLM foi seriamente afetada pela crise sanitária, tendo perdido mais de 10 mil milhões de euros desde 2020 e recapitalizada com a ajuda do Estado francês
A Air France e KLM, companhias aéreas históricas, como as concorrentes British Airways ou Lufthansa, são especializadas em viagens de longa distância e sofreram especialmente com restrições de viagens para os continentes americano e asiático.
Para Benjamin Smith, existe atualmente, no entanto, uma "procura latente" por viagens, que ainda terá de analisar se são sustentáveis, considerando que o anúncio dos EUA aumentará a aquisição de bilhetes.
"Cada vez que as restrições são levantadas em todo o mundo, vemos um aumento nas reservas", disse.
Para responder à procura, a Air France e a KLM são capazes de implementar rapidamente mais aeronaves de fuselagem larga, prometeu Benjamin Smith, enfatizando que o grupo decidiu continuar a usar todos os seus aviões, mas num ritmo mais lento do que antes da crise pandémica.
"Os aviões estão prontos, vamos apenas aumentar a utilização", indicou.
De acordo com Benjamin Smith, as medidas do governo a favor do desemprego parcial, que têm evitado despedimentos, também vão permitir a rápida mobilização das tripulações.
Os Estados Unidos (EUA) anunciaram hoje que, a partir do início de novembro, passam a permitir a entrada de viajantes da União Europeia e do Reino Unido, desde que tenham a vacinação completa.
Os viajantes devem apresentar prova de vacinação e um teste negativo feito três dias antes da viagem, disse Jeff Zients, chefe da equipa de combate contra a pandemia de covid-19 da Casa Branca, durante uma conferência de imprensa virtual.
Os passageiros que cumpram estes requisitos não ficam obrigados sequer a uma quarentena, informou Zients.
As restrições de viagens, que vigoravam desde março de 2020, estavam a ser criticadas pelos parceiros europeus, onde os níveis de vacinação são superiores aos dos Estados Unidos.
O Governo norte-americano vai ainda exigir às companhias aéreas que colijam informações de contacto de viajantes internacionais, para facilitar o rastreamento de eventuais casos de contágio, explicou Zients.
A covid-19 já provocou pelo menos 4.689.140 mortes em todo o mundo, entre mais de 228,49 milhões de infeções pelo coronavírus Sars-Cov-2 registados desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Leia Também: Alívio dos EUA para viajantes vacinados da UE é "excelente notícia"