A janela da oportunidade está aberta, mas não ficará aberta eternamente", advertiu um alto responsável norte-americano em declarações aos 'media' na sede da ONU em Nova Iorque.
As discussões indiretas entre Washington e Teerão, que se iniciaram em abril em Viena por intermédio dos Europeus, da China e da Rússia, os restantes signatários do acordo de 2015, estão suspensas desde a eleição em junho do novo Presidente iraniano Ebrahim Raissi, conotado com a ala mais conservadora do poder.
No decurso de contactos, efetuados à margem da Assembleia geral da ONU em Nova Iorque, o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros Hossein Amir-Abdollahian, que efetuou a sua estreia na arena internacional, disse pretender "retomar as negociações numa data próxima", segundo a União Europeia.
"De momento, não existe qualquer indicação clara de que o Irão esteja disposto a regressar" e "tentar resolver as questões em suspenso", considerou o alto responsável norte-americano que se exprimiu sob anonimato.
"Nada aconteceu, nada mudou ou nos tornou mais otimistas" na ONU, acrescentou.
O ex-presidente dos EUA Donald Trump retirou em 2018 o seu país e de forma unilateral deste acordo destinado a impedir que o Irão obtenha a bomba atómica, considerando-o insuficiente, e restabeleceu as sanções contra Teerão que o acordo previa abolir. Em resposta, a República islâmica decidiu desrespeitar diversos dos seus compromissos relacionados com o seu programa nuclear.
O acordo de 2015 designado Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, assinado entre Teerão e os EUA, Reino Unido, França, China, Rússia e ainda Alemanha) garantia ao Irão uma suavização das sanções ocidentais e da ONU em troca de um controlo estrito do seu programa nuclear, sob supervisão da ONU.
Em represália pela retirada dos Estados Unidos, em 2018, e pela nova imposição de severas sanções pela administração de Donald Trump, o Irão abandonou a maioria dos seus compromissos.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, admitiu um regresso ao acordo caso o Irão recue nas suas recentes decisões, mas Teerão tem exigido como medida prévia o levantamento das sanções económicas impostas por Washington, que Ebrahim Raissi considerou representarem um "crime contra a humanidade" num período de pandemia.
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