Na cidade de Boa Vista, capital do estado de Roraima, Bolsonaro anunciou que no próximo mês irá à cidade brasileira de Pacaraima, que faz fronteira com a Venezuela, e que tem sido a porta de entrada para dezenas de milhares de venezuelanos.
"Irei falar com aqueles irmãos que fogem da fome e da miséria da ditadura imposta pelo [ex-presidente Hugo] Chávez e [Nicolás] Maduro", declarou Jair Bolsonaro, cujo Governo reconhece Juan Guaidó como o legítimo Presidente do Venezuela.
Em cerimónia que contou com a presença de grupos de venezuelanos residentes em Boa Vista, o Presidente brasileiro disse que "ninguém poderia imaginar nos anos 1990 que a riquíssima Venezuela, membro da OPEP [Organização dos Países Exportadores de Petróleo] e com recursos incalculáveis, estivesse na miséria em que se encontra hoje".
Segundo Bolsonaro, essa situação não foi gerada de um dia para o outro e foi criada aos poucos por dirigentes que não tinham amor pela democracia e que ofereciam gasolina a um centavo o litro.
O chefe de Estado brasileiro citou Lula da Silva, que governou o Brasil entre 2003 e 2011, e foi um dos líderes mais próximos de Chávez e de Maduro.
Jair Bolsonaro, que pretende renovar o mandato em 2022, embora as pesquisas sejam desfavoráveis, também criticou Lula da Silva por uma declaração do líder progressista no mês passado e na qual elogiou o modelo económico de desenvolvimento chinês.
"Agora Lula [da Silva] diz que o modelo económico da China tem que ser imposto ao Brasil", declarou Bolsonaro, ressaltando que isso significaria acabar com todos os direitos dos trabalhadores no país.
"Não podemos aceitar que alguém que já foi Presidente, que quer ser Presidente novamente, apareça com essa proposta. Ainda não estamos aqui para discutir as eleições, mas para mostrar toda a realidade", disse Bolsonaro.
Segundo as últimas pesquisas, nas eleições de outubro do próximo ano, Lula da Silva teria o apoio de pouco mais de 50% dos brasileiros, perante cerca de 25% de brasileiros que declaram intenção de apoiar o atual Presidente.
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