Desmond Tutu homenageado como referência global de esperança
O arcebispo sul-africano emérito e Prémio Nobel da paz, Desmond Tutu, foi hoje homenageado pelo Dalai Lama e a viúva de Nelson Mandela, Graça Machel, como uma referência global de esperança.
© Reuters
Mundo Dalai Lama
"Não poderá haver um mundo justo se aqueles que acreditam na paz e na justiça não puderem continuar a falar a verdade perante o poder", referiu Piyushi Kotecha, CEO da Fundação Desmond Tutu & Leah Tutu, na abertura de uma videoconferência que assinalou o 90º aniversário do ativista anti-apartheid sul-africano.
A conferência, subordinada este ano ao tema 'A verdade e o poder, não há futuro sem Justiça', culminou uma semana de eventos na África do Sul destinados a assinalar os 90 anos do arcebispo emérito da Cidade do Cabo.
Nesse sentido, a viúva de Nelson Mandela, Graça Machel, instou a sociedade atual a "alterar os seus comportamentos, se se quiser erradicar a violência de que mulheres e crianças são alvo".
"Somos uma sociedade em pé de guerra consigo própria", frisou Graça Machel, apelando a uma "terapia da alma".
Na dedicatória ao seu "irmão espiritual", o Dalai Lama salientou que "é importante seguir o exemplo de serenidade do arcebispo Tutu porque é a fundação da compaixão que trará a Paz ao mundo".
Por seu lado, a ex-Procuradora-Geral da África do Sul, Thuli Mandonsela, considerou que "é altura de nos levantarmos pela verdade e justiça, particularmente a justiça social, como um investimento na Paz".
Já a ex-Presidente da Irlanda, Mary Robinson, defendeu que "a dignidade e os direitos de todos os seres humanos é um imperativo da justiça global.
Cada uma das intervenções foi intercalada com atuações musicais, como a do grupo coral sul-africano Soweto Gospel Choir.
No final, os atores norte-americanos Samuel L. Jackson e Alfre Woodard apelaram a que "este Mundo possa ser um lugar mais humano e mais justo", numa breve mensagem de homenagem ao arcebispo sul-africano.
Tutu foi uma das principais 'vozes' contra o anterior regime de segregação racial da África do Sul, em defesa dos direitos e liberdades da maioria negra no país.
Nos últimos anos, o líder histórico religioso tem defendido os direitos LBGT, o combate à corrupção pública, justiça, igualdade e reconciliação na África do Sul pós-apartheid, apesar da sua idade avançada e problemas de saúde.
Desmond Mpilo Tutu recebeu o Prémio Nobel da Paz, em 1984, aos 53 anos, "pelo seu papel como líder unificador na campanha não violenta para resolver o problema do apartheid na África do Sul", segundo o Instituto Norueguês do Nobel.
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