Terminaram eleições checas e resultados são esperados à noite

As eleições legislativas na República Checa terminaram hoje, com uma afluência às urnas superior à registada nas eleições de 2017 e com a expectativa de se saber se o atual primeiro-ministro, Andrej Babis, consegue ser reeleito.

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Lusa
09/10/2021 15:28 ‧ 09/10/2021 por Lusa

Mundo

República Checa

As secções de voto encerraram às 12:00 GMT (13:00 em Lisboa), com uma afluência em que nalgumas regiões chegou a 70%, participação consideravelmente superior comparativamente às eleições de 2017, quando Andrej Babis e o seu partido ANO venceram com 29% dos votos.

As últimas sondagens deram ao partido ANO 27% das intenções de votos, o suficiente para derrotar as duas coligações da oposição, uma de centro-direita, com 21,4%, e outra de centro-esquerda, com cerca de 17,4%, noticiou a agência Efe.

Na República Checa, onde cerca de oito milhões de pessoas foram chamadas entre sexta-feira e hoje para eleger os 200 deputados do parlamento, não se realizam sondagens à boca de urna, pelo que é necessário esperar pelas primeiras projeções, disponibilizadas mais tarde, e a contagem de votos para saber os resultados.

A reta final da campanha eleitoral foi ofuscada pelas revelações dos chamados 'Pandora Papers', que envolvem branqueamento de dinheiro e que apontam Andrej Babis como comprador de imóveis em França através de sociedades 'offshore'.

Apesar de o atual o primeiro-ministro ter sido acusado de conflito de interesses e outras irregularidades financeiras durante anos, o mesmo continua a ser o político mais popular da República Checa, pelo que se manteve à frente das sondagens, mas deverá ser forçado a nova coligação com parceiros ainda incertos.

No decurso da campanha, o pragmatismo e o "bom-senso" do político-empresário" Andrej Babis, 67 anos, líder do liberal-conservador e populista ANO 2011 (que significa "SIM" em checo e herdeiro do movimento Ação dos cidadãos descontentes), seduziu em particular os reformados, e terá "capturado" eleitorado que votava à esquerda.

Ainda na campanha eleitoral, Babis deixou claro que só continuará na política se conseguir formar uma coligação para governar o país, insistindo na receita "nacional-populista" aplicada na Hungria pelo seu "amigo" Viktor Orbán, e diversos analistas não excluem que poderá aliar-se à extrema-direita e ao Partido Comunista da Boémia e Morávia (KSCM) para se manter no poder.

Atrás dos três grandes blocos, o partido extremista SPD tem a expectativa de ser eleito para o parlamento, com uma estimativa de 12% dos votos, enquanto os comunistas do KSCM e o novo partido Prisaha também esperam ultrapassar o limite mínimo necessário de 5%.

Mais incertas são as perspetivas do CSSD social-democrata, o atual parceiro no governo sem maioria absoluta de Babis, que nas sondagens não alcançava mais de 4,4%, insuficiente para ingressar na câmara dos deputados.

Leia Também: Legislativas checas decorrem hoje e sábado. Sondagens favoráveis a Babis

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