"Esta diferença de 180 mil milhões de euros pode levar ao corte de serviços públicos", afirmou Apostolos Tzitzikostas durante uma conferência de imprensa no âmbito da Semana Europeia das Regiões e das Cidades (#EURegionsWeek), em Bruxelas.
Os números resultam do Barómetro Regional e Local Anual da União Europeia que será divulgado na terça-feira e que Apostolos Tzitzikostas diz levantar "sérias preocupações" sobre o estado regiões e cidades da Europa.
A primeira preocupação prende-se com o "golpe violento" que as regiões e municípios sofreram a nível financeiro e que pode pôr em risco a manutenção de serviços públicos caso não haja mais dinheiro de fundos nacionais e da UE que seja "urgentemente" dado para apoiar projetos e programas locais.
O barómetro revela ainda, segundo o presidente do Comité Europeu das Regiões, que "os governos nacionais estão a ignorar as regiões e municípios" e que poucos falaram com as autoridades regionais antes de apresentarem pedidos de financiamento à UE.
A sondagem de opinião a autoridades regionais e locais de toda a Europa revela que 65% pensam que as regiões, cidades e aldeias não têm influência suficiente no futuro da UE.
"Nove em cada 10 pessoas ouvidas acreditam que o reforço do envolvimento dos governos subnacionais no processo de tomada de decisões da UE melhoraria a democracia", afirmou Apostolos Tzitzikostas, sublinhando que "ignorar este apelo será um erro imperdoável e aumentará o fosso entre a UE e as suas comunidades".
Na conferência que marcou o primeiro dia da Semana Europeia das Regiões e das Cidades, a comissária Europeia da Política de Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, avançou também alguns resultados do Eurobarómetro.
De acordo com a comissária, 69% dos europeus "estão cientes de que a Política de Coesão está a investir na recuperação" da crise pandémica e 41% dos europeus conhecem um projeto na sua região, o que representa um aumento de 34% relativamente ao que acontecia há uma década.
Entre os 10 principais fundos europeus, o Fundo Regional (FEDER), o Fundo de Coesão e o Fundo Social Europeu são conhecidos por 49% dos entrevistados, mas perdem para o Erasmus, reconhecido por 58% dos inquiridos.
"Também descobrimos que os projetos financiados pela UE têm um efeito positivo sobre os sentimentos de cidadania europeia, com 59% dos europeus a sentirem um sentimento mais forte de pertença", divulgou a comissária, acrescentando que 64% das pessoas defendem que a política de coesão deve continuar.
O Eurobarómetro será divulgado na integra na terça-feira, no âmbito da Semana Europeia das Regiões e das Cidades (#EURegionsWeek), o maior evento anual em Bruxelas dedicado à política regional.
Na sua 19.ª edição, o evento reúne mais de 12.000 participantes e 1.000 palestrantes que participam em cerca de 300 eventos.
Este ano, a Semana Europeia tem como lema "Juntos pela Recuperação" e aborda quatro temas centrais: "Transição Verde: para uma recuperação sustentável e verde"; "Coesão: da emergência à resiliência"; "Transição Digital: para pessoas"; e "Envolvimento dos Cidadãos: para uma recuperação inclusiva, participativa e justa".
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