Ébola: Vacinação arranca na RD Congo após novo caso detetado

A vacinação para travar o ressurgimento do Ébola na República Democrática do Congo (RD Congo) começou hoje, depois de ter sido confirmado um novo caso, após cinco meses sem a doença, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Lusa
13/10/2021 18:52 ‧ 13/10/2021 por Lusa

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Ébola

 

O mais recente surto da doença no país, o 12.º, tinha sido declarado como terminado em maio, mas na sexta-feira foi detetado um novo caso.

As pessoas em alto risco, incluindo contactos do caso confirmado e trabalhadores da linha da frente, serão os primeiros a receber a vacina, de acordo com uma declaração da OMS.

Cerca de 1.000 doses da vacina experimental aprovada em 2019 nos Estados Unidos da América e na União Europeia foram enviadas da capital, Kinshasa, para a cidade de Goma e outras 200 doses para Beni, perto da área onde o caso foi detetado.

Além disso, mais de 12.000 doses da vacina serão armazenadas na capital do país, à espera de serem administradas, se necessário.

Segundo o ministro da Saúde congolês, Jean-Jacques Mbungani, o caso confirmado em 08 de outubro foi de "uma criança de 3 anos do sexo masculino que foi hospitalizada e morreu a 06 de outubro", depois de três membros da sua família terem morrido, em setembro passado, apresentando sintomas semelhantes aos de Ébola.

Além da campanha de imunização, estão a ser enviadas equipas para testar a população e já foram identificados 170 contactos cujo estado de saúde está a ser monitorizado.

Segundo a OMS, "não é raro que casos esporádicos ocorram após um surto importante, mas é demasiado cedo para dizer se este caso está ligado a surtos anteriores".

A existência do novo caso foi revelada após o Ministério da Saúde ter declarado, em 03 de maio, o fim do 12.º surto de Ébola na história do país, que causou 12 infeções, incluindo seis mortes, também no Kivu do Norte.

Este último surto tinha sido declarado em 07 de fevereiro e juntou casos nas cidades de Butembo, Byena, Katwa e Musienene, todas na província.

Segundo a OMS, este surto esteve ligado ao que ocorreu nas províncias orientais do Kivu Norte, Kivu Sul e Ituri entre 2018 e 2020, a 10.ª epidemia de Ébola na RDCongo, que causou 2.299 mortes (de acordo com os últimos dados da agência da ONU).

Esse surto foi o pior da história da RDCongo e a segunda mais grave do mundo, depois daquela que atingiu a África Ocidental de 2014 a 2016, na qual morreram 11.300 pessoas e houve mais de 28.500 casos, embora esses números - de acordo com a OMS - possam ser conservadores.

O 11.º surto congolês teve lugar entre junho e novembro de 2020 na província de Equador, no noroeste do país, onde foram comunicados 130 casos, dos quais 55 resultaram em morte e 75 foram curados.

A doença do Ébola, descoberta na República Democrática do Congo em 1976 - então chamada Zaire - é transmitida por contacto direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infetados.

A febre causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de mortalidade de 90%. Os seus primeiros sintomas são febre alta súbita, fraqueza intensa e dores musculares, na cabeça e na garganta, bem como vómitos.

Leia Também: OMS está a ajudar autoridades congolesas a investigar novo caso de ébola

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