Uma porta-voz do Departamento de Estado norte-americano disse que os seis diretores -- que possuem dupla nacionalidade, venezuelana e dos Estados Unidos da América (EUA) -- se encontram em prisão domiciliária, depois de terem sido condenados por corrupção, no ano passado, na Venezuela.
"Não podemos confirmar para onde eles foram levados", disse a porta-voz, após reconhecer que os ex-líderes foram presos novamente.
O Departamento de Estado diz que "continuará a trabalhar para conseguir a libertação dos norte-americanos detidos injustamente na Venezuela", porque a segurança dos seus cidadãos no estrangeiro é a sua "maior prioridade".
"Esses seis norte-americanos e as suas famílias já sofreram muito. Os Estados Unidos continuam a exigir a sua libertação imediata e o seu regresso ao país", concluiu a porta-voz.
A advogada dos ex-diretores, María Alejandra Poleo, tinha confirmado no sábado a detenção dos seus clientes e disse que eles se encontram na sede do Serviço de Inteligência em Caracas.
Alejandra Poleo explicou que as autoridades a informaram de que seriam devolvidos à cela que ocupavam quando foram presos, acusados de assinar contratos que comprometiam o futuro da Citgo, uma empresa subsidiária da petroleira estatal venezuelana PDVSA.
A Citgo é a principal empresa de refinação de petróleo e de distribuição de gasolina, lubrificantes e petroquímicos que a Venezuela possui nos Estados Unidos.
Os reclusos são José Pereira, Tomeu Vadell Recalde, Jorge Luis Toledo Kohury, Gustavo Adolfo Cárdenas Cardona, José Zambrano e Alirio Zambrano, sendo o caso deste último motivo de particular preocupação para a advogada, porque sofre de uma doença pulmonar e tem de dormir com uma máquina de oxigénio.
A prisão ocorreu após a extradição de Alex Saab -- alegado testa de ferro do Presidente Nicolás Maduro --, que foi detido pela Interpol e pelas autoridades cabo-verdianas em 12 de junho de 2020, durante uma escala técnica no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, ilha do Sal, com base num mandado de captura internacional emitido pelos EUA.
Saab viajava para o Irão em representação da Venezuela, com passaporte diplomático, enquanto 'enviado especial' do Governo venezuelano.
A sua detenção colocou Cabo Verde no centro de uma disputa entre o regime de Nicolás Maduro e a Presidência norte-americana.
Washington pediu a sua extradição, acusando-o de branquear 350 milhões de dólares (295 milhões de euros) para pagar atos de corrupção do Presidente venezuelano, através do sistema financeiro norte-americano.
"Como resultado da extradição de Alex Saab, os seis ex-diretores da Citgo estão a ser usados como moeda de troca", explicou a advogada.
Saab comparecerá na segunda-feira perante um juiz em Miami, onde enfrenta acusações federais por ter supostamente lavado cerca de 350 milhões de dólares (cerca de 300 milhões de euros) que teria desviado através do sistema de controlo de câmbios na Venezuela.
O Governo venezuelano suspendeu as negociações com a oposição que decorriam no México, com a mediação da Noruega, após a extradição de Alex Saab, que Caracas disse ser "um sequestro".
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