Muitos russos estão a viajar para a Sérvia para serem inoculados com vacinas contra a Covid-19 que não estão disponíveis na Rússia, uma vez que o país não aprovou o uso de qualquer vacina estrangeira. Por outro lado, nenhuma vacina desenvolvida na Rússia foi aprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – a Sputnik V continua a aguardar pela aprovação, por exemplo.
Como tal, são muitos os russos que percorrem milhares de quilómetros para serem inoculados na Sérvia com doses de vacinas da Pfizer/BioNTech ou da AstraZeneca.
Menos entraves nas viagens para a Europa são apenas uma das razões para este ‘turismo de vacinas’.
“Decidimos receber a vacina da Pfizer porque pensamos que vai permitir-nos fazer viagens mais frequentes à Europa”, disse Pavel Grigoriev à Reuters. Este empresário e a sua mulher viajaram de Moscovo para Belgrado para serem inoculados com a vacina da Pfizer/BioNTech.
A escolha da Sérvia deve-se ao facto de este país dos Balcãs ter assegurado muitas vacinas de diferentes fornecedores para o seu programa de vacinação. Em termos domésticos, o sucesso não tem sido o desejado, já que apenas cerca de 50% da população sérvia completou o processo de vacinação devido a forte sentimento antivacinas.
Mas são muitos os estrangeiros que viajam para a Sérvia para serem inoculados. Os dados oficiais indicam que cerca de 160 mil estrangeiros, a maioria das nações vizinhas dos Balcãs, recebeu a vacina contra a Covid-19 na Sérvia.
Este ‘turismo de vacinas’ tem sido bem encarado com agrado pelas agências de viagens russas e sérvias. Depois das nefastas consequências da pandemia para o negócio, agora pretendem lucrar com este novo tipo de turismo.
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