O porta-voz do Senado checo, Milos Vystrcil, anunciou que recebeu uma carta do hospital militar de Praga, onde Zeman está em tratamento, que determina que o Presidente não pode trabalhar e que o prognóstico médico a longo prazo é "muito incerto".
A carta assinada pelo diretor do hospital, Miroslav Zavoral, explica que Zeman não pode desempenhar "quaisquer funções de trabalho por motivos de saúde" e o prognóstico a longo prazo é "muito incerto", acrescentando que o regresso de Zeman às suas funções nas próximas semanas é "muito improvável".
Se Zeman não puder trabalhar devido à sua doença, ou por outros motivos, o primeiro-ministro e os porta-vozes de ambas as casas do parlamento assumirão os seus poderes presidenciais.
Zeman foi transportado de urgência para o hospital militar da capital checa em 10 de outubro, um dia após a eleição para a câmara baixa do Parlamento.
O estado de saúde de Zeman, 77 anos, estava a piorar nas semanas anteriores à sua hospitalização, mas no passado dia 09, o chefe de Estado ainda recebeu o primeiro-ministro cessante, o populista Andrej Babis, derrotado nas eleições legislativas realizadas nos dias anteriores.
Inicialmente, o porta-voz da Presidência checa, Jiri Ovcacek, anunciou que a hospitalização de Zeman não o impedia de cumprir as suas obrigações como chefe de Estado.
Contudo, logo nos dias seguintes o Presidente foi obrigado a cancelar várias reuniões, incluindo um encontro com Babis, quando se especulava que este pudesse ser convidado a formar governo, apesar de o seu partido, ANO, ter ficado em segundo lugar nas eleições.
O partido ANO de Andrej Babis obteve 27,14% dos votos, enquanto a coligação opositora de centro-direita SPOLU ('Juntos'), liderada por Petr Fiala, obteve 27,78%.
Na passada semana, Milos Zeman, ainda hospitalizado, convocou para 08 de novembro a primeira sessão do no Parlamento, deixando em aberto a solução governativa, após o desfecho cerrado das eleições.
A direita, que elegeu 108 dos 200 que integram o Parlamento, já começou a trabalhar na formação de um novo Governo, que seria liderado por Petr Fiala, presidente do Partido Cívico Democrático.
No entanto, antes das eleições, Zeman, pró-russo, tinha dado a entender que escolheria para chefe do executivo o líder do partido com mais votos e não o de uma coligação.
Embora o cargo seja basicamente cerimonial, o Presidente checo é responsável por pedir a um líder partidário que tente formar um Governo após uma eleição legislativa.
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