Saab, que se limitou a ouvir o juiz John O'Sillviban a partir da cela em que se encontra detido, está a ser julgado por sete acusações de lavagem de capitais e uma de conspiração para cometer o crime.
Na breve audiência judicial, a primeira que teve desde que foi extraditado de Cabo Verde, a 16 deste mês, John O'Sullivan fez uma primeira leitura das acusações a Saab.
A audiência de detenção em que serão lidas formalmente as acusações, bem como o pedido de fiança da defesa, foi marcada pelo juiz para daqui a duas semanas, com o Ministério Público norte-americano a argumentar que Saab deve ser mantido na prisão por argumentar que o empresário apresenta "risco de fuga".
Sábado, fonte da defesa de Saab indicou à agência Lusa que o empresário deixou no mesmo dia a ilha do Sal, em cumprimento do pedido de extradição das autoridades norte-americanas.
Um avião ao serviço do Departamento de Justiça norte-americano partiu durante a tarde da ilha do Sal, onde Saab estava detido desde junho de 2020, com destino aos Estados Unidos.
Nos últimos dias, a defesa de Alex Saab viu o Tribunal Constitucional de Cabo Verde recusar vários pedidos e recursos na sequência da rejeição, em setembro, do recurso principal à decisão do Supremo Tribunal de Justiça, que tinha autorizado a extradição.
Alex Saab, 49 anos, foi detido pela Interpol e pelas autoridades cabo-verdianas em 12 de junho de 2020, durante uma escala técnica no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, ilha do Sal, com base num mandado de captura internacional emitido pelos Estados Unidos, numa viagem para o Irão em representação da Venezuela, com passaporte diplomático, enquanto 'enviado especial' do Governo venezuelano.
A sua detenção colocou Cabo Verde no centro de uma disputa entre o regime de Maduro, que alega as suas funções diplomáticas aquando da detenção, e a Presidência norte-americana, bem como irregularidades no mandado de captura internacional e no processo de detenção.
Washington pediu a extradição, acusando Saab de branquear 350 milhões de dólares (295 milhões de euros) para pagar atos de corrupção do Presidente venezuelano, através do sistema financeiro norte-americano.
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