Num comunicado, o Departamento de Estado norte-americano refere que a recompensa está relacionada com as acusações apresentadas pelo Ministério Público dos Estados Unidos contra Vargas e mais outros quatro (dois colombianos e dois venezuelanos) por "lavagem de capitais, associada a um plano de subornos no estrangeiro".
Quinta-feira, um grande júri federal do Distrito da Florida do Sul acusou três colombianos, entre eles Pulido Vargas, e dois venezuelanos pela suposta participação num plano de "lavagem de dinheiro" de "milhares de milhões de dólares", relacionado com o programa do Comité Local de Abastecimento e Produção (CLAP), liderado pelo Governo de Caracas.
Segundo um comunicado do Ministério Público norte-americano, os cinco estiveram envolvidos num plano para "lavar dinheiro" oriundo de contratos obtidos através de subornos para apoiar o programa CLAP, que prevê o abastecimento de alimentos e medicamentos na Venezuela.
Vargas está, por outro lado, envolvido noutro caso judicial, igualmente por "lavagem de dinheiro" no mesmo processo que envolve Saab, que foi extraditado de Cabo Verde para os Estados Unidos no sábado passado.
A 18 deste mês, Saab, considerado por Washington "testa-de-ferro" de Maduro, teve a primeira audiência num tribunal de Miami, sudeste dos Estados Unidos, em que se limitou a ouvir, a partir da cela em que se encontra detido, as sete acusações de que é alvo lidas pelo juiz John O'Sullivan.
A audiência de detenção em que serão lidas formalmente as acusações, bem como o pedido de fiança da defesa, foi marcada pelo juiz para daqui a duas semanas, com o Ministério Público norte-americano a argumentar que Saab deve ser mantido na prisão por argumentar que o empresário apresenta "risco de fuga".
Sábado, fonte da defesa de Saab indicou à agência Lusa que o empresário deixou no mesmo dia a ilha do Sal, em cumprimento do pedido de extradição das autoridades norte-americanas.
Um avião ao serviço do Departamento de Justiça norte-americano partiu durante a tarde da ilha do Sal, onde Saab estava detido desde junho de 2020, com destino aos Estados Unidos.
A defesa de Alex Saab viu o Tribunal Constitucional de Cabo Verde recusar vários pedidos e recursos na sequência da rejeição, em setembro, do recurso principal à decisão do Supremo Tribunal de Justiça, que tinha autorizado a extradição.
Alex Saab, 49 anos, foi detido pela Interpol e pelas autoridades cabo-verdianas a 12 de junho de 2020, durante uma escala técnica no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, ilha do Sal, com base num mandado de captura internacional emitido pelos Estados Unidos, numa viagem para o Irão em representação da Venezuela, com passaporte diplomático, enquanto 'enviado especial' do Governo venezuelano.
A sua detenção colocou Cabo Verde no centro de uma disputa entre o regime de Maduro, que alega as suas funções diplomáticas aquando da detenção, e a Presidência norte-americana, bem como irregularidades no mandado de captura internacional e no processo de detenção.
Washington pediu a extradição, acusando Saab de branquear 350 milhões de dólares (295 milhões de euros) para pagar atos de corrupção do Presidente venezuelano, através do sistema financeiro norte-americano.
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