"Tragédias como esta nunca deveriam ser permitidas, uma embarcação que não sai das costas turcas significa que não se perdem vidas", afirmou Mitarakis, numa conferência de imprensa na qual sublinhou a necessidade de tanto Ancara como Bruxelas cumprirem a declaração conjunta sobre migração de 2016.
Segundo Mitarakis, a Guarda Costeira grega recuperou na terça-feira os corpos de quatro pessoas, todas de origem somali, de 04, 11, 25 e 28 anos.
O ministro lamentou que nenhum deles estivesse a usar coletes salva-vidas e disse que o incidente é um claro exemplo da frieza com que as máfias colocam a vida destas pessoas em risco, uma vez que a embarcação afundou depois de o casco se ter desprendido devido ao excesso de peso e condições climáticas adversas.
"O que aconteceu ontem [terça-feira] em Quios está a acontecer sistematicamente. As redes de tráfico de seres humanos estão a colocar vidas humanas em risco, e a Turquia deve fazer mais para as impedir", prosseguiu.
Mitarakis considerou que, uma vez que os passageiros do bote eram, na sua maioria, da Somália, mas também do Sudão e da Eritreia, não estavam em perigo na Turquia e, portanto, não deveriam procurar asilo na Grécia.
Quase todos os resgatados estão bem, embora três deles tenham sido hospitalizados.
O ministro salientou também que a Grécia apoia a criação de rotas seguras para os requerentes de asilo e a ajuda humanitária, mas que não pode tolerar tornar-se novamente numa porta de entrada para o tráfico de seres humanos.
Neste sentido, destacou o acolhimento que a Grécia ofereceu aos deputados, juízes e advogados afegãos juntamente com as suas famílias, num total de 700 pessoas, algo que, segundo o próprio, mostra a "dupla estratégia" grega, que quer oferecer asilo àqueles que o merecem, mas "não apoia o sacrifício de mais vidas humanas no mar Egeu".
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