A empresa em causa presta "serviços de manutenção e reparação do edifício do Posto Fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau", informou o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) do território, em comunicado.
Durante a investigação, "o CCAC verificou que a referida empresa declarou, junto dos serviços competentes, a contratação de 24 trabalhadores locais", mas seis dos trabalhadores declarados "apresentavam um registo de movimentos fronteiriços anormais e raramente permaneciam em Macau", pode ler-se na nota.
"Houve até o caso de alguém que saiu de Macau em 2015 e nunca mais voltou a entrar", apontou o CCAC.
Alguns trabalhadores "confessaram que nunca tinham trabalhado na empresa" ou que "não tinham recebido nenhum salário", afirmando que o pagamento de contribuições à Segurança Social "era apenas para receber a pensão para idosos concedida pelo Governo no futuro", informou ainda o organismo de combate à corrupção.
Para o CCAC, "há fortes indícios de que os trabalhadores em causa são trabalhadores simulados", tendo o organismo denunciado o caso ao Ministério Público, por suspeita de crime de falsificação de documentos.
O CCAC suspeita ainda que os trabalhadores em causa "tenham recebido indevidamente o apoio pecuniário ao combate à epidemia, concedido pelo Governo da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau]".
"No ano passado, cada trabalhador local da referida empresa recebeu 15 mil patacas [1.605 euros] a título de apoio pecuniário ao combate à epidemia", informou o CCAC.
O organismo responsável por investigar casos de corrupção comunicou "este caso de recebimento indevido de montantes por parte dos referidos trabalhadores" à Direção dos Serviços de Finanças (DSF) do território.
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