"É claro que a situação não é fácil. As camas estão amplamente ocupadas [...] e é um fardo excessivo e extraordinário para os nossos médicos", disse aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela Agência France-Presse (AFP).
De acordo com Peskov, os médicos enfrentam "um stress físico e emocional extremo", enquanto o número de novas infeções continua a aumentar, naquele que é o país da Europa com mais mortos atribuídos à covid-19.
As autoridades russas reportaram 40.402 novos casos de coronavírus e 1.155 mortes nas últimas 24 horas.
No total, o país registou oficialmente 8.554.192 casos desde o início da pandemia e 239.693 mortes por covid-19.
De acordo com a agência de estatísticas Rosstat, que tem uma definição mais ampla de mortes por coronavírus na Rússia era de quase 450.000 mortes por coronavírus, no final de setembro.
O Presidente russo, Vladimir Putin, declarou um período de ausência de trabalho de 30 de outubro a 07 de novembro em todo o país, para conter a contaminação.
Em Moscovo, maior foco da epidemia, aquele período já começou na madrugada de quinta-feira, incluindo o encerramento de escolas, cabeleireiros, lojas, ginásios e outros serviços não essenciais.
Esta manhã, as ruas da capital estavam excecionalmente silenciosas, de acordo com um jornalista da AFP.
A rápida disseminação de covid-19 na Rússia é acompanhada pela baixa taxa de vacinação da população, com apenas 32,6% dos russos totalmente inoculados até o momento.
"Uma solução real para prevenir casos graves da doença e casos fatais é a vacinação", insistiu hoje Vladimir Putin, durante uma reunião transmitida pelas televisões.
Por sua vez, a chefe da Agência de Saúde Russa (Rospotrebnadzor), Anna Popova, pediu aos russos que "aproveitem os dias de folga" para irem vacinar-se.
"Mesmo que a mortalidade tenha caído [...], é muito cedo para falar em estabilização", alertou a responsável, durante uma reunião do Governo, estimando que uma semana sem trabalho pode não ser suficiente para reverter a tendência atual de subida de casos.
"O efeito das medidas que estamos a tomar, que já tomamos, não será imediato, isso leva tempo", afirmou.
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