A medida acordada durante as negociações no Congresso sobre o plano social e ambiental limita os custos do programa de assistência médica Medicare em 2.000 dólares e reduz o preço da insulina, uma promessa de campanha de Joe Biden.
O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, anunciou o acordo, reconhecendo que não é tão abrangente quanto os democratas esperavam.
"Não é tudo que todos nós queremos. Muitos de nós gostaríamos de ir muito mais longe, mas é um grande passo para ajudar o povo americano a lidar com o preço dos medicamentos", disse Schumer no Capitólio.
O acordo foi alcançado com a senadora democrata Kyrsten Sinema, permitindo ao partido aproximar-se da conclusão das negociações sobre o grande pacote de Biden.
O gabinete de Sinema emitiu um comunicado dizendo que a senadora considera as alterações acordadas "históricas e transformadoras do Medicare, reduzindo os custos diretos para os idosos".
Segundo a AP, a presidente do Congresso, Nancy Pelosi, disse numa reunião à porta fechada esperar a votação do pacote social, juntamente com outro de obras públicas no valor de 1 bilião de dólares, já na quinta-feira, mas nenhuma votação foi ainda agendada.
O líder da maioria democrata, Steny Hoyer, disse ter "esperança de que esta semana" sejam aprovados os projetos, caso internamente sejam "resolvidas as diferenças que ainda estão pendentes".
As principais resistências do lado democrata vêm dos senadores Joe Manchin, conservador democrata da Virgínia Ocidental, e Sinema, que têm discutido os detalhes do extenso pacote de 1.600 páginas.
Manchin tem acusado a ala mais à esquerda do partido de manter como "refém" um pacote de obras públicas de 1 bilião de dólares, pendente da aprovação das medidas sociais, sobretudo climáticas, em relação às quais levanta reservas.
O senador renitente é eleito pelo Estado da Virgínia Ocidental, grande produtor de carvão, que seria negativamente afetado por algumas das medidas ambientais incluídas no pacote.
Os democratas têm a maioria no Congresso, mas curta, pelo que têm que impedir oposição interna para aprovar legislação à qual os republicanos se opõem em bloco, como é o caso do plano social e ambiental da Presidência.
Antes de partir para a 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), Joe Biden disse na semana passada que conseguiu um "projeto económico histórico" com o seu plano de apoios sociais e ambientais.
"Isto vai mudar para melhor a vida de milhões de pessoas", disse Biden, acrescentando que se trata de uma conquista "histórica".
"Preciso dos vossos votos", disse Biden, que espera conseguir um apoio no Congresso, depois de ter sido obrigado a reduzir para quase metade -- o projeto inicial custava cerca de 3,5 biliões de dólares (cerca de três biliões de euros) - o valor deste seu projeto político, para poder obter o apoio no Senado.
"Com este projeto, aliado ao plano de infraestruturas, aprovado por ambos os partidos, vamos realmente transformar o país", concluiu o Presidente democrata dos Estados Unidos.
Na área social, o plano de Biden inclui jardins de infância gratuitos, programas de saúde de grande amplitude.
Na área ambiental, o projeto inclui uma verba de 555 mil milhões de dólares (cerca de 480 mil milhões de euros) para o combate às mudanças climáticas.
A receita para pagar este plano assenta na reversão de alguns dos cortes de impostos da era do ex-Presidente Donald Trump, determinados em 2017, bem como pela implementação de multas mais duras para quem infrinja as regras fiscais.
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