Exército da Etiópia pede apoio a ex-membros das forças armadas na guerra

Exército etíope apelou aos antigos membros das forças armadas para que se mobilizem e contribuam com os seus conhecimentos e experiência para combater os rebeldes da região de Tigray, que se aproximam da capital, Adis Abeba.

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© AMANUEL SILESHI/AFP via Getty Images

Lusa
05/11/2021 14:37 ‧ 05/11/2021 por Lusa

Mundo

Tigray

"Apelamos aos antigos membros das forças armadas que ajudem a nossa campanha para salvar o país", declarou o Exército etíope na sua página da rede social Facebook.

O pedido surge no meio de um cenário volátil na Etiópia com membros da Frente Popular de Libertação de Tigray (TPLF, na sigla em inglês) a anunciar a sua intenção de marchar sobre a capital etíope depois de terem tomado várias cidades, nos últimos dias, num raio de 400 quilómetros de Adis Abeba.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed pediu que todos os cidadãos etíopes "abandonassem temporariamente" os seus assuntos diários e "colocassem todas as armas e todas as energias" ao serviço da guerra contra a TPLF.

Além disso, o Governo declarou o estado de emergência, na terça-feira, em todo o país com efeito imediato.

Nove grupos rebeldes etíopes, incluindo os da região de Tigray, anunciaram hoje que se aliaram contra o Governo do primeiro-ministro Abiy Ahmed. 

A aliança das nove milícias apresenta-se como Frente Unida das Forças Federalistas e Confederadas da Etiópia e junta a TPLF, que tem estado na linha da frente do conflito, o Exército de Libertação Oromo (OLA), um grupo armado de etnia oromo que já tinha formado uma aliança com a TPLF, e sete movimentos menos conhecidos "de alcance incerto".

As restantes sete organizações têm como origem várias regiões (Gambella, Afar, Somali e Benishangul) ou grupos étnicos (agew, qemant, sidama) que compõem a Etiópia.

O Governo etíope nega qualquer avanço rebelde e disse na quinta-feira que não iria recuar nesta "guerra existencial".

Ambos os lados estão a ignorar os apelos dos Estados Unidos da América e da comunidade internacional para um cessar-fogo e dialogarem entre si para negociarem a paz.

O impacto desta aliança rebelde no conflito continua a não ser claro.

O conflito em Tigray começou em 04 novembro de 2020 e teve uma escalada nos últimos meses.

Abiy Ahmed, vencedor do Prémio Nobel da Paz de 2019, declarou a vitória em 28 de novembro após enviar o Exército para a região para retirar as autoridades dissidentes da TPLF, a quem acusou de atacarem as bases militares federais.

Mas em junho, os combatentes da TPLF assumiram a maior parte da região.

O Governo retirou as suas tropas e declarou um cessar-fogo unilateral em 28 de junho, mas os rebeldes continuaram a sua ofensiva nas regiões de Afar e Amhara.

Desde então, os combates alastraram-se aos estados vizinhos de Afar e Amhara e prosseguem agora em direção à capital etíope. As forças federais etíopes têm contrariado as ofensivas rebeldes sobretudo através da força aérea.

Segundo o Programa Alimentar Mundial (PAM), quase sete milhões de pessoas enfrentam uma crise alimentar devido à guerra.

Leia Também: Nove grupos rebeldes etíopes aliaram-se contra o Governo da Etiópia

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