Vai ser “impossível” à Nigéria cumprir o objetivo de vacinar contra a Covid-19 40% da população até ao final deste ano, advertem os especialistas de saúde adianta o The Guardian.
Menos de 1,5% da população de 206 milhões de pessoas completou o processo de vacinação.
Os especialistas apontam a escassez de doses disponíveis, a relutância da população e a forma como encara a doença causada pelo SARS-CoV-2 como fatores que ajudam a explicar a baixa taxa de vacinação.
Os especialistas referem que a Covid-19 não é levada a sério na Nigéria, e assinalam que morreram no ano passado mais pessoas vítimas do conflito que assola o país e que se verifica um número ainda maior de mortes provocadas pela malária do que pela Covid-19.
“O número de vacinas disponíveis no país não vai ser suficiente para todos os que quiserem ser vacinados. Para atingirmos o objetivo, precisamos que sejam disponibilizadas mais doses e as pessoas têm de ser mobilizadas para receberem a vacina. Não estão sequer a aparecer pessoas suficientes para serem inoculadas com as vacinas disponíveis. As pessoas não estão a levar a doença a sério porque a gravidade não é aquela que é projetada. A perceção do risco não é a que devia ser”, salienta o professor Isa Abubakar Sadiq, diretor do Centro de Doenças Infeciosas Bayero da Universidade Kano.
Em setembro, o Banco Mundial aprovou um empréstimo de 346 milhões de euros para que a Nigéria acelerasse o programa de vacinação. Dias depois, anunciou uma estratégia para ajudar os países mais pobres a atingirem a meta de 40% de vacinação até ao final de 2021, um cenário que o diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) em África considerou ser improvável neste continente.
“A este ritmo, o continente poderá atingir o objetivo dos 40% no final de março de 2022”, ressalvou Matshidiso Moeti.
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