"O verdadeiro alvo das sanções e medidas mais duras tomadas pelo Governo do Estados Unidos e pela comunidade internacional como um todo devem ser a TPLF", a Frente de Libertação do Povo do Tigray que domina esta região, disse hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros etíope.
Em comunicado, o Ministério da Informação da Eritreia também veio hoje condenar as sanções impostas pelos Estados Unidos considerando-as "ilegais e imorais".
"Estas sanções unilaterais que culpam a Eritreia e fazem dela um bode expiatório com base em alegações falaciosas, violam do direito internacional e constituem uma violação flagrante (...) da soberania", afirmou o Ministério da Informação num comunicado citado pela AFP.
Os Estados Unidos da América (EUA) impuseram esta sexta-feira sanções contra o partido governante da Eritreia e o exército eritreu, acusando-os de ameaçar a integridade da Etiópia ao alimentar o conflito mortal no norte do país.
"Condenamos o papel contínuo dos atores eritreus em contribuir para a violência no norte da Etiópia, que ameaça a estabilidade e integridade da Etiópia e está a causar uma catástrofe humanitária", disse, em comunicado, o principal responsável das sanções do Tesouro norte-americano, Andrea Gacki.
O governo federal da Etiópia, liderado pelo vencedor do Prémio Nobel da Paz de 2019, Abiy Ahmed, está em guerra há um ano contra a Frente de Libertação do Povo do Tigray (TPLF, na sigla em inglês) no norte do país.
A guerra entre os rebeldes da região etíope do Tigray e o executivo central da Etiópia começou em 04 de novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope ordenou uma ofensiva contra a TPLF como retaliação por um ataque a uma base militar federal e na sequência de uma escalada de tensões políticas.
O balanço do conflito ascende a milhares de mortos, a dois milhões de pessoas deslocadas internamente e a, pelo menos, 75.000 refugiados no vizinho Sudão, de acordo com números oficiais.
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