Numa entrevista ao programa de Andrew Marr na BBC, citada pela agência Efe, o responsável britânico disse que o pacto assinado no sábado permite "manter ao alcance" o objetivo planeado no Acordo de Paris de 2015 de limitar a 1,5 graus o aumento da temperatura do planeta neste século.
Alok Sharma também recordou que se completou o normativo para aplicar plenamente o tratado parisiense e se conseguiu "mais dinheiro para os países vulneráveis às alterações climáticas".
"Creio que podemos afirmar que estamos a caminho de erradicar o carvão da história", manteve, para sublinhar que é a primeira vez que um documento de uma negociação climática inclui referências a hidrocarbonetos.
Para Alok Sharma, "a China e a Índia são os que vão ter de se explicar aos países mais vulneráveis os efeitos das alterações climáticas, e já se viu a reação desses países à mudança de linguagem proposta".
Numa intervenção de última hora, precisamente quando o Pacto de Glasgow, resultado de duas semanas de intensas negociações na cidade escocesa, ia ser aprovado, a Índia, apoiada pela China, forçou uma mudança no artigo 36, que pedia para se "acelerar os esforços para a eliminação do carvão sem processos de captura de carbono e dos subsídios ineficientes ao combustível fóssil".
Com a mudança proposta, aprovada sob protesto por algumas delegações presentes, a "eliminação" foi substituída por uma "redução progressiva".
Quando o acordo foi aprovado, um dia depois do previsto para o fecho da cimeira que começou no dia 31 de outubro, Alok Sharma emocionou-se, pedindo desculpa pela manobra de última hora.
"Conseguimos muito e, a nível pessoal, dediquei muito tempo nos últimos dois anos... e, claro, só dormi umas seis horas nas 72 anteriores. Foi um momento emotivo", disse à BBC.
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