Presa desde abril, Juana Rashmawi admitiu, segundo as autoridades israelitas, ter arrecadado fundos para a organização não-governamental (ONG) palestiniana para a qual trabalhava, a Health Work Committee, que tem ligações à Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), movimento armado considerado "terrorista" por Israel.
Juana Rashmawi, de 63 anos, foi condenada pelo tribunal militar de Ofer, perto da cidade de Ramallah, a "13 meses de prisão e 50.000 shekels (cerca de 14.300 euros) de multa", disse seu advogado, Avigdor Feldman, à agência France-Presse.
A sentença foi proposta na semana passada pela própria Juana Rashmawi, como parte de um acordo de negociação de sentenças, procedimento comum nos tribunais militares israelitas na Cisjordânia, território palestiniano ocupado desde 1967 por Israel.
Aos jornalistas, Feldman assegurou que a sua cliente "não estava envolvida na transferência de dinheiro para a FPLP".
"Ela trabalhava para uma organização de saúde, trazia dinheiro para a organização de saúde e não sabia que esse dinheiro era transferido para a FPLP", disse o advogado.
Muitos ativistas palestinianos optam por sentenças negociadas para evitar sentenças mais longas, após procedimentos que consideram ilegítimos e tendenciosos.
Detida desde abril, a espanhola poderá ser libertada dentro de duas semanas se as autoridades penitenciárias reduzirem a sua sentença em um terço, por bom comportamento ou, em particular, devido à ausência de condenações anteriores, explicou Feldman.
A filha de Juana Rashmawi, Maria, disse após a audiência que esperou meses pelo julgamento e "a incerteza era angustiante e difícil de suportar".
Em meados de outubro, o Governo israelita incluiu seis ONG palestinianas na sua lista de "grupos terroristas" devido a supostas ligações com a FPLP, uma decisão muito criticada pela Amnistia Internacional, Human Rights Watch e organizações israelitas.
Os telemóveis de seis membros dessas ONG já tinham sido infiltrados pelo programa informático de vigilância Pegasus da empresa israelita NSO, segundo grupos de direitos humanos.
Leia Também: Coimbra: Condenada a sete anos de prisão mulher que ateou fogo em pensão