Emmanuel Macron recebe Lula da Silva no palácio do Eliseu

O Presidente francês, Emmanuel Macron, recebeu hoje o ex-presidente brasileiro Lula da Silva, provável candidato às presidenciais brasileiras de outubro de 2022, nas quais é dado como grande favorito face ao atual chefe de Estado, Jair Bolsonaro.

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Lusa
17/11/2021 22:14 ‧ 17/11/2021 por Lusa

Mundo

Lula da Silva

O encontro, um almoço no palácio do Eliseu, residência oficial do Presidente francês, focou-se "nos últimos desenvolvimentos na cena internacional", segundo um comunicado da Presidência francesa.

Luiz Inácio Lula da Silva "partilhou a sua visão sobre o papel do Brasil no mundo, constatando que nos últimos três anos o país afastou-se do quadro multilateral e dos grandes acordos internacionais" e lamentou "o abrandamento da integração regional na América Latina, quando o continente deveria ter um papel face aos grandes desafios globais", relata o mesmo comunicado.

Emmanuel Macron, por seu lado, insistiu "no seu combate por um multilateralismo eficaz", nomeadamente nos temas da pandemia de covid-19 e do clima, e apresentou a Lula da Silva "a sua visão por uma Europa mais soberana, mais democrática e mais unida, desempenhando um papel de potência de equilíbrio na cena internacional", acrescenta.

O porta-voz do Governo francês, Gabriel Attal, negou que a visita represente uma "ingerência no debate político nacional no Brasil".

Lula da Silva foi presidente do Brasil entre 2003 e 2011 e na segunda-feira assumiu-se "pronto" para participar nas eleições presidenciais do seu país.

Esta semana, encontra-se em visita à Europa, com passagens por Bruxelas, Berlim, Paris e Madrid.

Em Paris, Lula, de 76 anos, reuniu-se também hoje com o líder da extrema-esquerda, Jean-Luc Mélenchon, após se encontrar na véspera com a socialista Anne Hidalgo, ambos candidatos às presidenciais de abril.

Emmanuel Macron e Lula têm, por motivos diferentes, críticas contra o acordo comercial UE-Mercosul, concluído em 2019, mas ainda não ratificado entre a União Europeia e o Mercosul.

Macron critica o acordo por motivos ligados aos compromissos climáticos, enquanto Lula acredita que ele contribui para desindustrializar o Brasil.

O Presidente francês opôs-se violentamente ao seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, durante a cimeira do G7 em Biarritz em 2019, por causa da gestão dos incêndios florestais na Amazónia e chegou mesmo a receber o líder indígena brasileiro Raoni Metuktire, inimigo declarado do chefe de Estado brasileiro.

Leia Também: Macron diz a Putin que vai defender integridade territorial da Ucrânia

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