As autoridades das Ilhas Salomão, na Oceânia, tiveram de recorrer a gás lacrimogénio e balas de borracha para dispersar centenas de manifestantes, que terão alegadamente ateado fogo junto do parlamento, a uma esquadra da polícia e a uma loja, na capital do país, Honiara. Houve ainda relatos de saques.
A cabana incendiada, mesmo ao lado do parlamento, é o local onde deputados e funcionários costumam ir fumar e almoçar. “Foi bastante traumatizante para nós”, disse um funcionário ao Guardian, acrescentando que por sorte, a polícia conseguiu controlar a situação, o que lhes permitiu fugir.
Já na esquadra, uma agente da polícia também comentou não estar à espera que a multidão ali fosse. “Estávamos todos nos nossos escritórios quando ouvimos a multidão. Saímos para ver do que se tratava, mas começaram a chover pedras na nossa direção. Gritei para o meu colega para que nos escondêssemos numa sala da esquadra. Foi quando começámos a sufocar com o fumo que percebemos que tinham incendiado o prédio", recordou.
Esquadra da polícia em Honiara, nas Ilhas Salomão © Twitter/ ginakekea
Os protestos têm como base a exigência da demissão do primeiro-ministro, Manasseh Sogavare. As tensões entre o governo provincial e nacional intensificaram-se em 2019 quando Sogavare anunciou que as Ilhas Salomão trocariam a sua lealdade diplomática de Taiwan para a China. Pesa ainda, segundo o governante da província de Malaita, Daniel Suidani, o facto de o governo não ter ouvido as pessoas ou não se ter envolvido com as suas preocupações numa série de questões, incluindo projetos infraestruturais.
Pode ver imagens dos incidentes acima.
Leia Também: Sismo de magnitude 6,4 registado ao largo das Ilhas Salomão